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domingo, 24 de abril de 2011

ANDARILHO

  Ao andarilho Valter di Lascio,
pela satisfação de tê-lo conhecido.
(19.03.2009)

 
 Um mundo de estranhos é o que nos rodeia.
Todos em volta, mas são todos párias.
Párias da sociedade, párias de si mesmos.

 São sozinhos por não verem a realidade,
Sozinhos, por verem a realidade.
Sozinhos, vivendo em bandos, sozinhos,
Por partilharem a ignorância.

Mais vale ser sozinho por ver o que ninguém vê;
Mais vale voar mais alto,
Longe das aves de rapina, que voam em bandos.
Digo-lhe que seu vôo pode até ser solitário,
Mas sua visão será mais bela.

 Voa sozinho, Andarilho,
E mande lembranças minhas a todos os outros
Solitários.

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Esta poesia foi escrita em uma sala da UFRN em 19 de março de 2009, após um encontro inusitado com um andarilho chamado Valter. Ele parecia mais um mendigo. Estava muito bêbado e era engraçado. Ele vendia pequenos livretos de poemas seus. Comprei um! Ele parecia alguém que não acreditava na sociedade e por isso talvez tenha decidido abandoná-la. Não que isso seja algo louvável, apenas me surpreendi com toda sua lucidez e mesmo cultura poética por trás daquele andarilho. Ainda o procurei para entregar-lhe minha poesia, mas não mais o vi.

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