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domingo, 29 de junho de 2014

NAVEGAR É PRECISO...


A vida é uma caixinha de surpresas. Às vezes nos acontecem coisas boas. Às vezes nos acontecem coisas ruins. E a vida é tão louca, que às vezes nos acontecem coisas que nos deixam muito felizes e tristes ao mesmo tempo. 

A vida é assim... um misterioso jogo de ganhos e perdas, de altos e baixos, de sonhos e realidade! E o legal é que a gente tá "solto" no meio de tudo isso. Horas sendo levado por caminhos interessantes, horas permanecendo por mais tempo em outros locais, também interessantes, e assim vai nosso barquinho à mercê do Senhor Vento. É bem verdade que nosso conhecimento sobre os céus, os mares e a arte de velejar, pode fazer com que consigamos cada vez mais dominar esse barquinho nosso.

Ser Professor é uma das maiores dádivas que eu conquistei nesta, ainda incipiente, vida! É um dos meus grandes orgulhos. Acho que meus olhos dizem isso. Por mais que eu me chateie com algumas coisas, com algumas pessoas, tudo isso parece pequeno diante de uma aula bem ministrada, de uma dúvida tirada, de um sorriso de gratidão! Ahhh os sorrisos...   Gosto de tê-los sempre perto, gosto de dá-los e gosto de imaginar que o mundo real é parecido com o mundo de uma sala de aula. Ambos são mágicos.

Voltando ao meu barquinho...

Depois de tanto me manter em um lindo Porto, uma linda terra, depois de tanto aproveitar das riquezas dessa terra, contribuindo com ela também (espero que com mesma intensidade), senti que os ventos começaram a mudar. Ahh, os ventos...

Aquele Porto que me foi tão seguro por cinco anos... que me recebeu quando ainda nem entendia direito o que era a arte de velejar, estará sempre no meu coração como lembranças 100% positivas. Aquele porto me fez crescer e acompanhar crescimentos, me fez sorrir, me fez chorar (sempre... sempre de alegria); aquele Porto me fez um marujo de verdade, dono de meu próprio barco; aquele Porto exigiu que eu aprendesse através do erro. Sim... ele me foi tão generoso que me deu a possibilidade de errar e aprender. 

Outro Porto talvez tivesse me desestimulado. Este não... no fundo, eu sempre soube que ele estava me preparando para águas mais fortes, para ventos mais velozes e até mesmo para tempestades. E arrisco dizer, que sem os aprendizados desse Porto, eu poderia ter me afogado se tivesse me aventurado à outras águas antes do tempo.

Mas o tempo mudou...

As condições do tempo pareceram favoráveis para aventurar-me, com meu barquinho, em novas e desconhecidas águas. Mas sem o antigo Porto seguro... não tinha como.

O velejador que se acomoda e fica no primeiro porto que encontra, não se torna um melhor navegante. O crescimento e o aprendizado estão intimamente ligados às novas aventuras e às novas oportunidades de lançar-se ao mar. O que não significa dizer que partir do Porto Seguro não seja doloroso... não traga medo... não nos preencha de incertezas! E assim é a vida... e assim é o vento... e assim é o navegante.

Crianças... o vento mudou para meu barquinho. Ele mudou e mostrou-me que é hora, mesmo com toda a dor em meu peito, de colocar novamente o meu barquinho na água. E esse barquinho já não toca mais a terra do meu primeiro, e eternamente seguro, Porto chamado CAdE.

Talvez essa alegoria tenha sido para tentar explicar os sentimentos que passam em mim agora... Se consegui fazê-los entender um pouco, fico feliz... Mas com certeza ela não serviu para representar nem um quinto de tudo que eu gostaria que vocês soubessem.

Torci bastante para que eu pudesse dar essa notícia em sala de aula. Olhando para vocês. Mas os ventos foram tão bruscos e o clima tornou-se tão favorável para o barquinho zarpar, que ele zarpou sem a oportunidade de dizer: "Até breve" olhando para aqueles que fazem desse Porto Seguro um local tão inexplicavelmente belo.

Dói... E vocês não sabem o quanto dói. Mas como eu disse no começo, é uma dor no peito que se mistura a um sorriso no rosto, pois novas águas, novas pessoas, novos ventos e novas rotas estão à minha frente para que eu possa desbravá-las.

É claro que agora sou um desbravador mais experiente... e devo isso a todos que passaram pelo CAdE em 2009, 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014... Muitos se tornaram amigos pessoais. Tantos outros levaram parte de mim com eles, mas deixaram partes lindas deles comigo. Um escambo com trocas equivalentes.

Tanto há o que ser dito... Mas nada é tão importante quanto isso: Eu amo vocês! Não é da boca pra fora. Não é no calor do momento. Não é resultado das lágrimas que querem descer dos meus olhos agora... É algo muito maior que isso. Algo que eu espero que vocês possam sentir um dia!

Por favor... amem a escola de vocês! Eu repito... ela é inexplicavelmente linda! Obrigado por terem deixado com que eu fizesse parte dela por tanto tempo. 

Obrigado especial a Kokinho, que disse em janeiro de 2009 para eu deixar meu currículo em Parnamirim.

Obrigado especial à Lúcia Melo, por tudo que me ensinou e por ter dito as palavras que eu tanto queria ouvir, faltando dias para começar o ano letivo de 2009: "Seja bem vindo ao CAdE!"

Obrigado especial aos irmãos Henrique e Leonardo Lucena, o primeiro pela(s) oportunidade(s) e confiança! O segundo por ser uma pessoa tão acessível e batalhadora pela melhoria da Escola.

Obrigado a todos os funcionários e funcionárias que participaram dessa aventura comigo. Rárika e Alberi serão os ícones porta vozes desse obrigado!

Obrigado aos Professores amigos que também deixaram seus barquinhos naquele lindo Porto por um tempo... Dividimos momentos inesquecíveis! E não dá pra citar nenhum para não correr o risco de ser injusto com algum.

Obrigado ao Professor Spencer, que me ajudou a ser a pessoa que sou hoje.

Obrigado ao amigo Ricardo, que me alertou de que os ventos estavam passíveis de mudança... Sem ele, talvez, meu barquinho tivesse perdido essa chance de conhecer novos mares. Além dos amigos que já estão em alto mar e que foram me ajudando a enxergar novas rotas e caminhos (Yama, por exemplo).

E o último obrigado, mas arrisco dizer que o mais importante de todos esses: Obrigado a cada um dos alunos do CAdE! Sem vocês não haveria barquinho nenhum... Sem vocês não haveria Porto Seguro... Sem vocês (e não tenho como não lembrar também das turmas de 2009, que me fizeram entender que eu amo tudo isso)... Não haveria Sensei.

Sim... 

É o fim de um Ato.

Mas o espetáculo tem que continuar!


2 comentários:

  1. Que lindas palavras, Sensei! Deus o abençoe nessa nova jornada! Beijos

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  2. Nossa.. que demais.
    Que tudo de bom aconteça contigo nesta sua nova fase.

    Abraços!

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