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domingo, 27 de julho de 2014

"PRECISA-SE DE NOVOS ESCRITORES!"


“Precisa-se de Novos Escritores!” 

Eram esses os dizeres da nova placa que colocaram no Céu naquela semana estranha. Alguns anjos que passavam por perto pareciam não entender direito.

“Ordens do Rafael!”, dizia Ariel com um olhar que não respondia muita coisa.

Os anjos mais novos não compreendiam porque a placa fora fincada naquela nuvem. Os mais velhos pareciam um pouco surpresos com a necessidade daquilo. “Geralmente Ele prefere deixar que, vez por outra, algum deles apareça para uma visita... Convocação é coisa rara.”, disse Seraphiel. E de fato, parecia uma convocação! Algo estava acontecendo.

A placa fincada naquela nuvenzinha, pequena, mas bem consistente, era invisível aos olhos comuns. Diz-se pelos Céus que a mensagem carrega um pouco do poder do Criador, e sendo assim, ela chega aos que estão em temporada pela Terra na forma de inspiração.

Esta não foi a primeira placa colocada por lá, como bem lembrou Pravuil, arcanjo quase sempre responsável por fazer os registros delas. “Lembram que há um tempo precisou-se de algumas belas vozes?  E teve também aquela que convocou alguns de bom humor, e ainda aquela outra que simplesmente dizia ‘Precisa-se de boas pessoas!’, e como vieram muitos nessa última chamada...” Os anjos em volta, que pareciam já em uma espécie de reunião, concordaram e escutavam curiosos as explicações do autor daqueles novos dizeres. “De qualquer forma, estou cumprindo ordens superiores!”, disse Pravuil dando um tom de fim de papo.

Fato é que a placa fora colocada e alguns já esperavam, há alguns dias, a resposta lá de baixo. A inspiração teria passado despercebida por todos? Não... Era Ele quem estava convocando. Quem fosse escritor dos bons, perceberia aquela placa, de uma forma ou de outra.
Eis que no dia 18 daquele mês (os anjos não conhecem muito os meses terrenos), um sujeito de óculos quadrados, com aros pretos e já com certa idade terrena, é pego pelo anjo Gamaliel analisando a placa colocada há uns dias.

“É aqui que estão precisando de escritores?”, perguntou sorridente o simpático homem. Gamaliel sorriu em resposta ao homem e deu-lhe um abraço de boas vindas.

Já no dia seguinte, outro homem foi pego a observar a placa e olhando para os lados como quem pensa: “É aqui mesmo!”. Mas antes que ele pudesse dizer o que pensava, lá estava Gamaliel, com as asas ainda por se fechar, e chegando levemente dizendo-lhe “Sim, é aqui mesmo!”. A aparência deste novo convidado era também de certa idade, faltava-lhe os cabelos no meio e os que tinha do lado já eram todos brancos. As sobrancelhas pareciam pedaços de nuvem retiradas por ele ali da região e colocadas sobre os olhos. Mas eram só sobrancelhas mesmo. “A placa está fazendo efeito!”, foi o comentário feito por um serafim na hora de descanso dos anjos daquela região. Alguns ainda estavam curiosos sobre os que tinham chegado e se ainda haveria de aparecer mais alguém. “Não me foi pedido para retirar a placa”, disse Pravuil.

Nos dois dias seguintes, alguns anjos ficaram de plantão próximo da nuvem onde fora fincada a placa (nem sempre no mesmo lugar, vale lembrar, pois às vezes as nuvens viajam a uma velocidade que nem imaginamos, mas para os anjos, quase todo lugar é perto), mas para frustração deles, ninguém mais havia aparecido.

Como que apenas para contrariar o desejo de quebrar a rotina de alguns anjos mais desocupados, quando eles pararam de vigiar a placa, exatamente no dia 23, eis que um senhorzinho, ainda mais velho do que aqueles outros dois, foi pego abanando e assoprando a base da nuvem que segurava a placa, como que tentando entender como aquele pedaço de madeira diferente conseguia ficar preso na nuvenzinha. “Algum problema, meu caro?”, perguntou Pravuil ao simpático senhor. “Olhe meu amigo, problema mesmo eu já não tenho mais nenhum. Acabei de resolver tudo! Mas se o senhor puder me ajudar a entender como danado é que esse pedaço de pau ta enfiado nessa nuvem, eu já me dou por satisfeito!”. O anjo soltou uma gargalhada e pediu para que o homem esguio o acompanhasse. “Digamos que a nossa Pedra do Reino lhe dará essa e outras explicações!”.

E os dois começaram a caminhar pelo nada, juntos, conversando como dois antigos amigos.

No final daquele dia, Gabriel veio até a pequena, mas consistente, nuvem e retirou a placa dali. “Parece que esses três grandes, já são o suficiente por hora”, foi o que o anjo mensageiro pensou.

Rodrigo Cavalcanti Felipe.
23.07.2014

Em homenagem a João Ubaldo Ribeiro, Rubem Alves e Ariano Suassuna,
que parecem ter percebido a inspiração da plaquinha na nuvem.


segunda-feira, 14 de julho de 2014

EM MUNDO DE CORRENTE DE WHATSAPP, QUEM MANTÉM A COERÊNCIA É REI.

Engraçado...

No mundo do WhatsApp, as mensagens e correntes chegam em uma velocidade tremenda. Uma delas, mais recente, após a eliminação do Brasil na Copa, vem falando que a derrota no Brasil traz uma reflexão sobre os problemas que o país passa, fala de termos que perder o jeitinho malandro brasileiro, dos governos que botam alimentos em nossas bocas ao invés de nos fazer obtê-los, de sonegação de impostos, de furação de filas, etc, etc, etc.

E termina com as pessoas dizendo: apoio 100%.

É incrível ver como basta um simples campeonato de futebol acabar, para que as pessoas tenham essa "grande" iluminação política e social. Uai... eu ainda consigo ouvir o eco dos gritos de "Gol" e "Sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor!".

Será que estou louco? Pessoas que criticaram de forma ENFÁTICA minha posição, agora pulam para o que eu já defendia muito antes do Mundial começar? Sem absolutamente nenhum constrangimento, parecem jogar fora o que acreditavam por causa de uma corrente de WhatsApp? É efeito das palavras bonitas ou o sonífero perdeu a força com a eliminação?

Isso só mostra o quão fraca de mente as pessoas são. Isso só comprova tudo que disse ao longo dessa Copa: Que a vitória da seleção brasileiro funciona como um anestésico poderoso nas pessoas. E não estou falando apenas do cidadão mais humilde não... tô falando de diplomados, da suposta alta estirpe (apenas suposta) intelectual do país.

Não sou do tipo que diz: "Eu avisei!", mas é muito engraçado ver essa corrente aí...

Uma coisa eu me orgulho em levar comigo para o túmulo: coerência!

quarta-feira, 9 de julho de 2014

A COPA NÃO FOI COMPRADA?


A resposta para essa pergunta é: aparentemente, não! Explico.

Em meio a tantos problemas enfrentados em relação à realização do Mundial de Futebol no Brasil, acreditei, junto com tantos outros, que a Copa do Mundo estaria comprada! Seria uma forma de explicar certas isenções de impostos à FIFA, uma forma de a população não olhar muito para os superfaturamentos das obras, das mortes ocorridas, das remoções do povo de suas áreas de moradia, etc, etc, etc.

Defendi sim, que o Circo estava armado para o famoso HEXA.

Acontece que, por mais que você explique, os que não estão dispostos a entender, não entenderam que "Comprar a Copa" não era dar dinheiro aos jogadores de outras seleções, aos técnicos e assim vai. "Comprar a Copa" é investir num poder de influenciar certos resultados, para se tentar beneficiar uma seleção específica.Venhamos e convenhamos que a FIFA não é uma instituição proba e dotada de honestidade. Com tantos escândalos no meio futebolístico, ou casos mal contados, não me surpreenderia que isso acontecesse!

O Brasil aparentemente não vai vencer a Copa do Mundo. Estamos no final do Primeiro tempo e a Alemanha está vencendo por expressivos e irrefutáveis 5 gols a zero.

Quero então, neste momento, me retratar e dizer que não acredito mais na Copa comprada. Ou seja, eu provavelmente estava errado sobre isso! "Provavelmente"? Sim, provavelmente. O que eu quero dizer é que não acredito mais nisso, mas isso não exclui o fato de poderem ter tentado. (Para quem não é bom em interpretar textos, estou dizendo que não excluo a possibilidade da tentativa, mas que já não mais acredito que ela tenha existido). Afinal, aprendi com esse erro, e dizer que de fato NÃO estava, seria admitir a possibilidade de estar novamente errado. Por isso eu passo a apenas não mais acreditar em tal fato que defendia.

Fechando esse ciclo (carma, para mim), de Copa do Mundo para o Brasil, reitero que, assim como MILHARES e talvez MILHÕES de brasileiros, tive e tenho meus motivos para não torcer para seleção brasileira NESTA Copa.

Resta-me só lamentar sobre aqueles que possuem visão tão limitada sobre isso, que não conseguem separar o que é ser "contra a seleção" e "contra o Brasil".

Nunca fui contra o pensamento de ninguém apoiar a Copa! Apoiar a seleção. Não xinguei, não desrespeitei e não quis impor meu pensamento para cima de ninguém que pensasse o contrário de mim, pois isso não faz parte do meu caráter e nunca fui de brigar por "futebol". Mas deixo registrado aqui que a recíproca não foi verdadeira. Resisti a todas as baixarias e desrespeitos (vindos de alguns, não estou generalizando). Devolvi com cortesia, pois este sou eu.

No mais... Espero que a comoção de tantos torcedores no estádio, passe um pouco também para a maior parte da população deste país que é lindo, mas vive mal. Espero que sobrem algumas lágrimas da torcida para os que não possuem hospital para ir, ou para os que morrem na espera de um leito, ou para as crianças sem merenda escolar!

Que a indignação contra Felipão (já percebi que ele será o alvo), se faça presente nos políticos corruptos, independente de partidos; que se indignem contra os socos nos estômagos dos brasileiros de bem, que vivem e lutam anonimamente por um país mais justo e não são reconhecidos!

Àqueles que entenderam o meu raciocínio (independente ou não de concordarem), meu muito obrigado! O mundo e a democracia são feitos de pessoas como vocês!

Àqueles que resumem uma longa reflexão minha e de outras pessoas sobre os motivos de não querer torcer para um time de futebol na atual situação em questão e os problemas que ela traz, a contra argumentos simplórios e chavões prontos, minha indiferença!