"Os EUA não veem o Brasil como uma potência regional, mas como uma potência global!"
Bastou essa frase de efeito do presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, para criar um frisson nas Páginas do FaceBook ligadas ao PT e ao Governo. Apenas com essa frase, o presidente yankee fez com que diversos dos meus contatos dessa Rede comentassem (e estamos aqui para isso!) sobre o fato, elogiando Obama e seu "registro histórico", utilizando as palavras da Página do Partido dos Trabalhadores. A frase foi dita após a pergunta de uma jornalista brasileira, que falou que os EUA viam o nosso país como uma potência regional, não global. Depois disso, a frase!
Cá estou, no meu papel de crítico constante, historiador e cidadão, para atentar para alguns detalhes. Várias das pessoas que estão elogiando essa bela atitude de Barack, estavam a xingar sua política de espionagem descoberta há algum tempo. "Mas isso não impede de elogiar de vez em quando", alguns podem dizer. E eu digo: claro que não! Todavia, não é esse o ponto principal da questão. Vamos a ele?
À época das espionagens que os norte-americanos fizeram para com a presidente (exemplar inconteste da Mulher sapiens, se é que vocês me entendem), Dilma Rousseff ficou de "cara fechada" e exigia desculpas e retratações do Governo estadunidense. Talvez tivesse pensado, por um momento, que o Brasil estava com a moral de outrora... como daquela vez em que a maior potência do mundo de então, a Inglaterra, e sua Chefe de Estado, a Rainha Victoria, tiveram que pedir desculpas oficiais ao Brasil e ao Imperador D. Pedro II para que as relações diplomáticas, rompidas há dois anos, pudessem se reestabelecer (quem quiser saber mais, procurar por Questão Christie). Mas só que Dilma não é D. Pedro II (é inclusive estranho colocá-los em uma mesma sentença, de tão distantes que são em qualquer aspecto), e o Brasil de hoje não é o Brasil de outrora. Resultado? As desculpas não vieram! E só com este fato já dá para saber que tipo de potência nós somos.
Prosseguindo...Vi comentários de que o Brasil estava deixando de lado o "Complexo de Vira-Latas", e mostrando ao mundo o que verdadeiramente somos! Uma potência mundial - ainda que sem um pedido de desculpas. Quando Obama utilizou de sua respeitável oratória no discurso de hoje, misturada a uma postura de gentleman que daria inveja a qualquer britânico, e se antecipou para defender o Brasil, a mensagem estava muito clara. Com um simples comentário, Obama sepultava de vez o tema das espionagens. Um afago, depois de uma "mãozada". Um sopro, depois de uma mordida. Chamou de "linda", depois de chamar de p***.
Na minha humilde interpretação, muitos não entenderam novamente... principalmente os que seguem a Mulher sapiens. Afinal, parece que eles não possuem muito a percepção da análise, mas muito mais dois potes. No primeiro eles separam o que parece ser contra o Governo. No segundo eles separam o que parecem ser elogios. E nem sempre, como todos sabemos, tudo é o que parece ser. É preciso ver nas entrelinhas.
E assim, no dia de hoje, reforça-se o papel de "Vira-Latas" que parte do povo brasileiro tem. Um suposto elogio (ainda que fosse verdadeiro) é o que basta para se apagar mágoas passadas e estufar o peito para dizer que o país está no caminho certo. Como é fácil e barato de se comprar uma parcela do povo atualmente... Não é ração, é resto de comida do almoço jogado no chão, e com isso estamos felizes.
Assim, vemos o complexo de Vira-Latas cada vez mais vivo. Cada vez mais forte. Mas travestido de quimeras.
A vontade de mostrar ao mundo aquilo que não somos (mas que um dia podemos chegar a ser), é o que nos mantêm e manterá dentro desse antigo rótulo.