Os ritos de passagem (a Wikipedia define ritos de passagem como celebrações que marcam mudanças de status de uma pessoa no seio de sua comunidade. Os ritos de passagem podem ter caráter religioso ou ser pontos de desprendimento) sempre estiveram presentes nas sociedades do mundo. Desde as mais primitivas às mais complexas. O Rito de Passagem pode até ser meramente simbólico, mas a beleza que advém deste momento tem mais significados do que se possa imaginar.
No Judaísmo, por exemplo, quando o garoto completa 13 anos, realiza-se uma cerimônia para comemorar este momento chamada de Bar-Mitzváh, este rito proporciona ao jovem a leitura da Torá, o livro sagrado dos judeus. Na tribo dos Ianomâmis, quando a jovem índia ficava menstruada, ela deveria ficar reclusa até a próxima lua, e quando ela saía, estava pronta para casar. O próprio nascimento e casamento são exemplos de antigos ritos de passagem.
No meu caso, ontem (26.02.2010) tive o meu Rito de Passagem. Ontem o Estado brasileiro me incumbiu de uma missão nada fácil! Ontem, o Brasil pôs em minhas costas uma responsabilidade gigantesca, tal qual a dos pais de criarem seus filhos. Ontem, a surrada Pátria Amada que teve tantos momentos de glória ao longo de sua História, e que hoje passa um dos momentos mais complicados, depositou sua esperança por momentos melhores em mim. Acredito que ontem, a Egrégora Nacional, o Espírito dos melhores brasileiros que já existiram, estava ao meu lado, sussurrando ao meu ouvido: “Esperamos o melhor que você possa fazer!”
Juntos a esse Espírito Coletivo, estavam também os responsáveis pela força necessária para se caminhar por essa Estrada, ainda que nem saibam disso. Estava presente a FAMÍLIA. Estavam presentes os AMIGOS. Estavam presentes os ALUNOS (também amigos). Estava presente o EXEMPLO (o professor). Estavam presente os PENSAMENTOS dos que não puderam estar presentes e, por fim, estava presente a MEMÓRIA dos que simplesmente nos antecederam ao Rito de Passagem final.
Gostaria de lembrar que não poderia ter escolhido profissão mais difícil e complicada do que a de PROFESSOR (Muitas foram as advertências para que eu não a escolhesse). Mas também é a mais gratificante. A responsabilidade de ser o EXEMPLO para seus alunos é grande demais. Mas foi o caminho escolhido. É o caminho que está sendo trilhado. É o horizonte que vejo à minha frente.
Não posso esquecer-me de falar sobre a matéria específica que estou habilitado a lecionar. Todos, cada qual de sua área, falará que sua disciplina, seu componente curricular, é o mais importante. Deixem-me então ser um desses também. É impossível falar num espaço tão curto a importância de se estudar a História. Não aquela História de antigamente, aquela “decoreba” e coisa e tal e tal e coisa. Mas uma História menos falseada, impessoal e imparcial na medida do possível, para que seja desenvolvida na mente do estudante sua capacidade de entender o mundo e perceber-se como agente modificador e que interfere na sociedade. É de minha obrigação despertar a CRITICIDADE que dorme na mente dos nossos jovens, pois assim poderemos mudar não apenas a Escola, mas o bairro, a cidade, a Nação e o mundo inteiro!
Sou eu, agora como HISTORIADOR, que devo lembrá-los dos acontecimentos que todos esquecem. Sou eu, tal como HERÓDOTO de Halicarnasso (considerado o pai da História), que devo fazer com que os acontecimentos não se percam com o passar do tempo. Acontece que, atualmente, esses acontecimentos não mais se perderão pela quantidade de livros existentes e por causa da Internet, o que se pode perder é o costume da leitura. E pessoas que não lêem, não costumam ter opiniões fortes e podem ser ludibriadas facilmente. O Brasil é um país que lê pouco. E é por isso que muitos são facilmente enganados, por exemplo, por políticos sutis “que transformam o Brasil em mil Brasis, para poderem assaltar de ponta a ponta”.
Já ouviram falar da Biologia da História? Da Matemática da História? Da Física ou Química da História? Eu também não! Mas há uma História de cada uma destas ciências.
E ainda que eu não me importe em não ser chamado de “Professor”, mesmo pelos meus próprios alunos, quero que saibam que NUNCA, em toda a minha vida, receberei um título mais nobre do que este. (E olha que já pensei até em um dia ganhar o Prêmio Nobel de Literatura – Feliz sou eu que sonho... :P).
Portanto, hoje, e apenas hoje, encerro uma postagem do meu Blog com uma assinatura diferente. Obrigado a todos pela confiança e desculpem se não demonstro tantas vezes o quanto vocês são importantes na minha vida!
Assina: PROFESSOR Rodrigo Cavalcanti Felipe – Sensei (aquele mesmo, irmão gêmeo do Rodrigo Santoro – Tentei terminar sem piadinhas, mas não deu... T.T)
OBS especial para os alunos: Escolham para a vida de vocês algo que vocês amem fazer! Isso faz TODA a diferença!
O Historiador,