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terça-feira, 12 de agosto de 2014

ATÉ BREVE...


Quis o destino que, até onde eu sei, nossa primeira e última foto juntos fosse basicamente a mesma... com um intervalo de 28 anos entre elas. Surpreendeu-me, depois que vi a foto, o seu sorriso tão puro e singelo em meio à fraqueza de seu corpo. Menos de três meses antes de sua partida, e lá estava aquele sorriso... Só hoje eu realmente me dei conta, pelos comentários de seus entes queridos que aqui permanecem por um tempinho a mais, como uma de suas características/qualidades mais marcante era o bom humor. Comecei a relembrar minha infância perto de você... Lembro de ouvir uns palavrões bem grande e minha mãe reclamando da senhora falando isso perto de mim.

Uma das minhas lembranças mais antigas também, está ligada à senhora. Íamos no seu jardinzinho olhar aquelas bolinhas vermelhas em cima dos cactos (não sei se eram cactos), ou contar quantas raminhas novas apareceram na palmeira de frente de casa. São lembranças muito antigas mesmo... E era você que lá estava!

Depois de sua partida eu ainda não consegui chorar. Até me sinto mal por isso... Mas acho que cada um tem a sua forma de luto. Já derramei lágrimas de pesar antes de hoje. E acho que elas bastam. Nós tendemos a ser muito egoístas. Querer que o outro fique, mesmo quando é hora de partir. Dois anos atrás, estávamos todos preparados para o pior. Segundo os médicos, só um milagre faria a senhora voltar da sala de emergência depois daquele ataque. E não é que a senhora voltou? E não é que Deus escutou as preces de tantos para deixá-la um pouco mais com a gente. Ganhamos mais dois anos de sua presença, e como não ser grato por isso? Talvez por isso eu entenda que não poderíamos exigir ainda mais... Pedimos uma vez e fomos atendidos. Será que não nos damos por satisfeitos nunca?

Pedir... pedir... pedir... Falta-nos a lembrança de agradecer! E eu sou grato por todos os momentos que pudemos ter perto de você!

Não... eu não frequento velórios e nem sepultamentos. Algo mais forte do que eu me impede. E sim, eu consigo suportar as críticas que sei que recaem sobre mim. Não culpo quem critica. Muito menos os julgo. Minhas preces, minhas orações, todas elas são sinceras e o fato de eu ir ou não nesses últimos momentos não me faz melhor ou pior do que sou.

Fui vê-la ainda nos seus últimos momentos... Segurei sua mão... Senti aquele quase imperceptível aperto contra a minha... E ali eu soube, que a senhora sabia que eu estava lá. Por pouco tempo... Mas estava.

Assim como dois anos atrás, espero que possa ter sentido o que passava para ti. Coisas do meu mundo espiritual. Tantos agiram naquele problema dois anos atrás... levaram um pouco de mim. E espero que esses mesmos seres possam ter te ajudado nessa transição.

Chega de falar... São coisas muito íntimas que grande parte não entenderia.

Fato é que aprendi algo muito bonito hoje. Uma amiga me disse que quem é realmente católico, há uma alegoria que achei das mais lindas. No momento de nossa partida, Santana, mãe de Maria, vem nos acompanhar junto a um ente querido.

Para o resto da minha vida não é a memória de um caixão descendo, ou de um rosto pálido sendo velado, que terei comigo. É de suas costas... é da senhora andando segurando a mão de Santana em um dos lados e a mão do seu filho amado do outro. E talvez... quem sabe... com aquele tercinho que eu te dei e a senhora gostava tanto de rezar nele!

Sem dores...Sem maiores dificuldades...

Apenas siga a Luz!

E um dia nos encontraremos novamente... seja no plano espiritual, seja em outra vida terrena.

Tchau Vovó Lúcia...Até qualquer dia.

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