Uma das mais lindas manifestações a qual um ser humano pode se valer é, indubitavelmente, a Poesia. Não é de hoje que escrevo e que gosto de ler os escritos de outras pessoas. Falem eles sobre dores, alegrias, tristezas, amores... enfim, trazem algum conforto, algum sentimento que apenas os que sabem sentir, podem usufruir.
E quando nos deparamos com uma Poesia inesperada? E quando tomamos um susto, mas um susto de palavras bem escritas e bem intencionadas? E quando a Poesia faz você esquecer do resto (por alguns segundos ou minutos) e te transporta para um mundo tão distante? Eis que há alguns dias, deparei-me com este sentimento.
Sabe aquele Amigo de mais de uma década? Sabe quando você o encontra em situações raras, mas que quando o encontra, nada mudou? Sabe quando vez por outra você lembra dele e se pergunta que estará fazendo nesses dias? Pois é... Nesses dias esse Amigo deixou algo escrito... Algo que só poderia ter nascido de um Poeta Amigo. Um presente... (Segue)
Um poema do presente autor para o presente amigo! Abraços!
> O livro magnífico do invisível, de
Marcos Guerra
E na intenção
De versos
Mais belos
Puxei sete raios
Do céu
Pra me varar
A cabeça
E soltar dela
Um fogo
Mais humano
Do que destas armas
Que cospem
E foi no estrondo
De mil silêncios
Que me repartiu
A testa
Um olho dágua
Com mais de três pés
Dançando
Músicas
Cantadas por nuvens,
Grávidas da chuva
Agarrei o veio
Nas mãos
Pra me dar de beber
Da cabeça
Esquecendo
Que só tocam os dedos
Aquilo que ao mundo se dá
E não há
O que se dê ao mundo
Dum juízo feito o meu
Eu, num viver
De pensar
Mundos
Que cá não cabem
Insistentes que são
Em ser pensados
Só tocam os dedos
Aquilo que ao mundo se dá
E não estou
A pensar
Algo menor
Que o espírito,
Livro magnífico do invisível!
E o que dirão
As pedras, as fontes
E o ar
Sem o invisível
A lhes dar a forma fundamental?
Na intenção
De versos
Mais belos
Puxarei mais sete raios
Do céu
Pra me varar
A cabeça
E lançar dela
O fogo, a água
E um delírio:
O livro magnífico do invisível!
Pois quero de tudo
Aquilo do tudo
Que se encontra ausente
Vim dar-lhe uma cara!
Diante de tão belo presente, não poderia agradecer de uma forma diferente...
> Que mais?
(Resposta
ao “O Livro magnífico do invisível" de Marcos Guerra)
Que mais espero eu
Dum Poeta Amigo,
Além do poder de criar palavras
De forma mágica?
Como se um novo idioma estivesse nascendo...
Que mais posso eu esperar
Dum Espírito que reconhece o meu,
Ainda que longínquo,
Ainda que distante,
Se não sete raios do Céu,
A cortar a mente e o pensamento?
Que mais eu deveria esperar dele?
Um telefonema, uma carta,
Ou mesmo um e-mail, criação da vida contemporânea?
Nenhum...
Espero consonância.
A mesma que faz o parto de uma nuvem grávida
Se derramar no campo certo.
Que mais posso eu fazer,
Além de responder versos...
Com versos.
E eis o que faz a Amizade entre dois Amigos Poetas...
E eis o que nasce de Poesia entre dois Poetas Amigos...
(Nem preciso dizer que a postagem vai em homenagem ao meu Amigo Poeta que sempre me incentivou a escrever: Marcos Neves - o Guerra)
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