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quarta-feira, 28 de maio de 2014

PACTO


→ Pacto.

Rio caudaloso que insiste em verter
Águas de março, agosto e novembro;
Se a boca d'outrora eu pudesse esquecer,
Esqueceria de lembrar o que hoje me lembro.

Rio salgado que insiste em sangrar
Tal qual açude no sertão depois de encher,
Pára tuas águas, que eu não posso secar
Nem lagoa, nem mar... e assim é você.

Seca tuas águas frias, enquanto
Tentarei, prometo, não me molhar mais.
Façamos então um pacto a sós:

Pego meu barco e irei remando,
Com a promessa de não olhar para trás,
E tu... esqueces que sou tua nascente e foz.

R. C. Felipe

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