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sábado, 31 de outubro de 2009

SAMHAIN

Samhain...
A palavra "Samhain" significa "fim de verão" e deriva de duas palavras "samh",verão, e "fuin", fim. O mês de Novembro é chamado em Irlandês de "Mí na Samhain".
Ao que me consta, lê-se "Souén" e é a virada de ano dos antigos Celtas.

Os Celtas foram povos que viveram na Europa há milhares de anos, contudo, suas origens são controversas. Englobavam grupos distintos e parecem ser uma fusão de culturas e etnias distintas. Os grupos migratórios que deram origem aos povos celtas do noroeste europeu teriam saído da costa atlântica da península Ibérica, nos finais da última Idade do Gelo, e ocupado as terras recém libertadas da cobertura glacial no noroeste europeu, expandindo-se depois para as áreas continentais mais distantes do mar.
Segue um mapa ilustrativo:

A área verde na imagem sugere a possível extensão da área (proto-)céltica por volta de 1.000 a.C. A área laranja indica a região de nascimento da cultura La Tène e a área vermelha indica a possível região sob influência céltica por volta de 400 a.C. Vestígios associados à cultura celta remontam a pelo menos 800 a.C., no sul da Alemanha e no oeste dos Alpes. Todavia, é muito provável que o grupo étnico celta já estivesse presente na Europa Central há centenas ou milhares de anos antes desse período.


Voltando ao Samhain, ele marca o fim do ano antigo e o início do novo ano! Os Celtas tinham apenas duas estações do ano: inverno e verão. E o Samhain iniciava, justamente, o inverno para esse povo. O verão é celebrado no festival de Beltane.
Segundo autores, tanto o Halloween (famoso Dia das Bruxas), como o Dia de Finados, podem ser associados ao Sanhaim, pois essa celebração era a época em que acreditava-se que as almas dos mortos retornavam a casa para visitar os familiares, buscar alimento e se aquecer no fogo da lareira.



Alguns autores acham que não existe nenhuma evidência que relacione o Samahin com o culto dos mortos e que esta crença se popularizou no século XIX. Segundo o relato das antigas sagas, o Samhain era a época em que as tribos pagavam tributo se tivessem sido conquistadas por outro povo. Era também a época em que o Sídhe (palavra irlandesa e escocesa que se referia inicialmente a colinotas ou montes de terra, os quais se imaginava como o lar de um povo sobrenatural vinculado às fadas e elfos de outras tradições, e posteriormente, a estes próprios habitantes) deixava antever o outro mundo. O fé-fiada, o nevoeiro mágico que deixava as pessoas invisíveis, dispersava no Samhain e os elfos podiam ser vistos pelos humanos. A fronteira entre o Outro Mundo e o mundo real desaparecia. Uma das datas do calendário lunar celta de Coligny pode ser associada ao Samhain. No 17º dia do mês lunar Samon, a referência trinox Samoni sindiu é interpretada como a data da celebração do Samhain ou do solstício de Verão entre os Gauleses.

Este é igualmente um dos oito sabbats (Os oito Sabbats, celebrados a cada ano pelos Bruxos se originam nos antigos rituais que celebravam a passagem do ano de acordo com as estações do ano, épocas de colheita e lactação de animais) com maior relevância, pois é a noite em que o caos primordial retorna para o início do novo ano, é por isso a noite em que o mundo dos vivos se mistura com o dos mortos, sendo deste modo a melhor altura para contactar os mortos. Os Celtas não acreditavam em demônios, mas determinadas entidades mágicas eram consideradas hostis para os humanos, seus animais e colheitas. Deste modo muitas pessoas pregavam partidas aos seus vizinhos, desde trocar os gados, por figuras humanóides em locais para assustar, ao qual se tornou muito famosa a Jack o'Lantern ou a famosa abóbora iluminada de Halloween.

O Sanhaim atualmente em Portugal e na Galiza:
É uma festa associada ao ciclo anual do sol que faz parte do Patrimônio Imaterial Galego-Português. A recuperação da tradição do Samhain envolve várias escolas que promovem atividades que, por sua vez, são inseridas na promoção da candidatura a Patrimônio Imaterial. Diversas aldeias na Galiza começaram a recuperar as celebrações apoiadas pela recolha de testemunhos e documentos sobre as antigas tradições locais.

No Sanhaim do ano passado, comemorei junto a alguns amigos em memórias das tradições celtas. Como trabalho com arqueologia, acho importantíssimo a recuperação de culturas antigas. E gosto de pensar que, onde quer que estejam, esses povos mágicos sentiram-se agradecidos pela lembrança. Para finalizar, segue abaixo o poema que escrevi um ano atrás para a noite de celebração:
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Samhain

Viva chama que arde de pé
Levando-a para longe de meus braços
Sê minha luz, a mensageira da fé
Frente às deusas, donas de meus acasos.

Sê a mudança do escuro para o claro
Para que sob teu embalo, possa eu também dormir
E que ao acordar noutras estações, te encontre ao meu lado
Cuidando da abundância das colheitas do porvir.

Mas por hora, sinto-me feliz
Sabendo que a vida está começando
E que um funeral é nada mais que um ponto de partida.

Um reinício que me põe de volta à Matriz
E que ao leve soar das harpas e banjos
Minhas deusas terão tratado minhas feridas.
Fonte parcial de Pesquisa: Wikipédia.

Um comentário:

  1. Muito boa essa postagem, Rodrigo. Você foi longe dessa vez, hein? hehe...
    Concordo plenamente com você quando fala da importância de recuperar as culturas antigas. Afinal, somos historiadores... hehe...
    =D*

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