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sábado, 19 de novembro de 2016

UNIVERSO PARALELO


Muitos foram os textos que eu já escrevi sobre minha profissão. Alguns foram sobre turmas específicas, principalmente as primeiras. Nunca foi segredo para ninguém que elas foram responsáveis pelo Professor que eu sou hoje e que eu nunca poderia ter pedido melhores turmas para iniciar essa jornada que já dura sete anos na minha vida!

O tempo vai passando e, às vezes, sentimos que algo parece começar a esfriar. Com esse sentimento, vem o receio... Uma coisa é certa para mim: é um tanto impossível, devido aos tantos contratempos, manter exatamente a mesma energia ano após ano. Ainda que essa energia diminua de forma quase que imperceptível, podendo ainda levar décadas para se esgotar, ela não é a mesma da de 2009. E isso não significa ter menos amor pelo que se faz, de forma nenhuma! Faz parte, talvez, de um processo biológico, físico e mental, da condição do ser humano.

Tão certo quanto isso, é o fato de que, ao longo da caminhada, surgem pessoas que parecem ter aparecido para colocar uma carga a mais de energia no processo. E este ano, depois de algum tempinho, isso aconteceu de novo.

É sempre muito perigoso escrever esse tipo de texto, pois quando se é Professor, você não consegue mensurar a quantidade de alunos e alunas que gostam de você ou te enxergam como um irmão mais velho (às vezes até pai) ou um exemplo a ser seguido... e esses pequenos “ser humaninhos” pensam que, por falar especificamente de uma ou duas turmas, a que eles fazem parte não tem importância ou não marcaram! Ledo engano...

Todas as turmas marcam de alguma forma. E quando algum deles se tornar Professor, saberá disso. Mas existem fatores, diversos fatores, que fazem uma turma diferente da outra. E esses fatores NÃO dizem respeito ao Professor, mas a própria conjuntura das pessoas envolvidas, de suas individualidades e de como agem enquanto grupo, enquanto turma. Por exemplo, eu posso ter uma turma com 40 alunos, na qual todos eles são pessoas maravilhosas e que despertam um carinho imenso em meu coração... mas enquanto turma, unidos, podem não ser uma turma boa, fácil de se lidar ou coisa parecida. Isso não diminui o carinho por cada um deles, mas venhamos e convenhamos, quando o trabalho do profissional ali na frente é respeitado, seja com o silêncio na hora da explicação, seja com a permanência acordado na hora da aula (mesmo não gostando da matéria), ou com a participação dos alunos na aula e o tratamento respeitoso entre eles próprios, as circunstâncias acabam por fortalecer alguns laços (agora não apenas individuais, mas com a turma).

É bom reiterar isso para que os “ciúmes” de uns não venham a ser prejudiciais. Eu realmente gostei da maioria esmagadora dos meus alunos este ano! E mesmo aqueles os quais eu não consegui me “adaptar” tanto, isso nunca ficou transparecido ou tratei de forma diferente. Não tenham nem dúvidas disso. Mas somos humanos... com sentimentos e ações humanas. A vida tem dessas...

Mas vamos voltar à ideia principal do texto.

A sexta-feira costuma ser o dia mais feliz das pessoas por sua proximidade com o final de semana. O famoso descanso, a praia, a farra ou simplesmente colocar as séries em dia... Comigo não foi diferente, mas havia, este ano, um motivo a mais para amar a sexta-feira. Aliás... dois motivos a mais.

Nos primeiros dias de aula nos 9ºs Anos Sigma e Gama, nossa boa relação já parecia visível e, em pouco tempo, eu acordava feliz, pois eram quatro aulas naquele dia... duas para cada um deles. Se havia um feriado na sexta, não era motivo de alegria para mim. Passavam-se duas semanas sem vê-los e a saudade batia à minha porta. E assim foi durante o ano inteiro, com os laços se fortalecendo a cada aula. Alguém, a cada final de aula, na minha última aula da semana, dizia-me sempre: “Parabéns por mais uma aula, Professor!”, e eu, meio sem jeito, agradecia com um sentimento de missão cumprida.

Alguns outros que, digamos, não eram muito fãs de frequentar a escola, apareciam nas sextas-feiras e me diziam: “Hoje eu só vim por causa da sua aula!” e acreditem... era real! Imagina como eu me sentia ao saber que algumas daquelas pessoas decidiam ir para a escola, numa sexta-feira, apenas para não perder as minhas aulas...

O comportamento muitas vezes era tão bom, que nossas metas eram cumpridas com um pouco de tempo sobrando. Aí eu entrava com aquilo que parece ter se tornado já uma marca pessoal: Momentos de Reflexão. Ali aprendemos juntos a respeitar o próximo, a apreciar o talento humano, a repensar o nosso mundo... a valorizar o mundo que cada um tem! Mundos esses que eu tive a oportunidade de conhecer, alguns mais a fundo, outros nem tanto... mas mundos lindos! Problemas? Em todos os mundos eles se farão presentes, mas também estarão os amigos. Bons remédios para esses males.

No último dia 18 de novembro, foi o dia de nosso último encontro “normal”, com todos juntos... Aconteceu o que não acontecia já há algum tempo: as palavras, que tenho a sorte de saber manipular um pouco, não foram suficientes para dizer o quanto eles farão falta em 2017. E quando as palavras não conseguem dar conta do recado, a Alma fala. E fala da forma mais natural possível. De repente, os olhos, o coração e as lágrimas são a melhor forma de expressão. Um pouco embaraçosa, talvez. Mas a mais verdadeira. E assim nos comunicamos. As palavras falharam, a boa dicção foi para o espaço, os pensamentos se misturaram em frases embargadas e, a partir daí, a sala de aula se transforma em Santuário. Almas amigas decidem se comunicar de forma sensorial... os soluços, os silêncios, o brilho nos olhos e os abraços se transformaram nos textos mais sinceros. E nenhum poeta do mundo poderia passar aquele momento para o papel. Ali estava sendo criado um Universo Paralelo. Parecíamos deuses e deusas... E isso não é nenhum sacrilégio ou prepotência. Acredito que somos essência divina, imagem e semelhança do Criador. E naquele momento, era Ele se fazendo presente na forma mais pura que eu conheço: A Amizade!

Einstein acreditava na Teoria de Tudo. Na teoria de que mundos paralelos existem e que tudo que já aconteceu na sua vida, continua acontecendo em algum universo paralelo. Eu acredito em Einstein. E gosto de pensar que mesmo enquanto eu escrevo este texto, mesmo quando eu tiver bem mais idade do que tenho hoje, mesmo quando esses pequenos forem avôs e avós, o Universo Paralelo criado no dia de ontem permanecerá. A chave de acesso a esse Universo, lhes dei de presente, assim como mantenho em local seguro a minha própria cópia.

Pequenos do Sigma e Gama, guardem com carinho essa Chave. E em alguns momentos da Vida quando nada parecer dar certo, peguem-na... olhem bem para ela... leiam o que está por trás dessa Chave... Fechem bem os olhos, mantenham a Alma em silêncio... o corpo também... Se usarem bem a Chave, vocês serão capazes de ouvir um som bagunçado no começo (você estará fazendo uma viagem longa, tenha calma), vozes indistintas... cada vez mais, essas vozes (algumas que você talvez não escute há anos) vão reaquecendo seus espíritos... uma imagem, ainda turva, começará a se formar... e a cada minuto, mais vozes vão sendo reconhecidas, rostos que já não existem mais tal qual eram, começam a mostrar seus contornos, o cheiro da juventude vai começando a tomar conta de onde você está, ainda que tenha uma bengala ao seu lado... 

A imagem, finalmente, ficou colorida! Os rostos e vozes estão nítidos outra vez. E lá está você! Feliz! E lá estão eles, em parte responsáveis por sua felicidade! E lá está a euforia da adolescência, os sonhos ainda não conquistados (porém vivos), as paqueras e até aquele seu melhor amigo, que você já não vê há tanto tempo...

Vocês acessaram o nosso Universo Paralelo com sucesso!

 

Bem vindos de volta, meus queridos alunos!

Bom dia! 
Saudações Humanos!
Fizeram o resumo de vocês?








segunda-feira, 15 de agosto de 2016

POR QUE O BRASIL É UMA VERGONHA OLÍMPICA?


Saudações!
 
Não preciso esperar acabar os Jogos Olímpicos 2016 do Rio de Janeiro para saber que, por melhor que seja a atuação do Brasil, somos um fiasco olímpico. Não! Isso não é “síndrome de vira-latas”, nem falta de patriotismo. Muito pelo contrário. É amar demais o país para pôr o dedo em uma ferida que muitos não têm coragem de fazê-lo, seja pelo mal do século, o Politicamente Correto, seja pela alienação de acreditar que uma medalha olímpica conquistada por algum brasileiro é mérito ou conquista de todos os outros! Não, não é!
 
Cada medalha conquistada por brasileiros é fruto de um trabalho e dedicação tão intenso que, eu e você, somos incapazes de entender, perceber ou até reconhecer. A medalha é deles. Não é dos brasileiros e, muito menos, do Brasil. No máximo, pertence a uma Egrégora Nacional que, há tempos, está adormecida. Mas não nossa!
 
Somos um país com mais de 200 milhões de pessoas. Uma Nação de extensão continental. O 5º maior país do planeta Terra. Países como Rússia, China e Estados Unidos, estão indo bem nas Olimpíadas... o que não é novidade. O Canadá, apesar de grande territorialmente, tem menos pessoas do que o Estado de São Paulo. Por que será então, que o Brasil não consegue se dar bem nos jogos? Por que uma medalha de ouro é algo quase inatingível?
 
O Brasil não valoriza o esporte. É... eu sei, não é nenhuma novidade! Mas enquanto não falarmos e repetirmos isso, talvez nunca conseguiremos mudar essa realidade. O país não investe e não quer saber do esporte. Daí quando chegam as Olimpíadas, temos que ouvir esse discurso barato e hipócrita. Eu fico doente só de pensar o quanto dos nossos jovens poderiam não entrar para o mundo das drogas se tivessem a oportunidade de se dedicarem aos esportes. Se as escolas, públicas e particulares, valorizassem uma quadra, uma piscina... mais que isso: se os governos tornassem os esportes como um carro-chefe de seus programas.
 
Um país que só conhece e investe no futebol (e ainda assim discrimina o feminino - mas torce por ele quando convém) por motivos claros de alienação, muito mais do que por querer dar um futuro melhor a alguém, está fadado a lutar por uma medalha de ouro apenas. Duas esperando o melhor.
 
O Brasil não quer e não vai investir em esporte, pois esporte tira jovens das ruas e os colocam como perseguidores de seus sonhos. O esporte lhes dá algo pelo que lutar, pelo que viver. Nossa classe de políticos não quer saber de pessoas que queiram crescer! Nossa classe de diretores não quer dar bolsas de estudos para promessas no campo esportivo (mas fará questão de dizer que ele foi aluno da escola se ele vencer). Nossa classe de sociedade discrimina um garoto que queira fazer ginástica ou uma menina que queira jogar bola. Como ser bom assim? Como dizer que “O Ouro é Nosso!”? Chega de hipocrisia! Não é não! O ouro é dos atletas que, muitas vezes com pouco apoio, conseguiram atingir um sonho de ser medalhista olímpico! Uma conquista que se torna tão merecedora, que não cabe em um texto explicá-la. Contra tudo e quase todos, eles chegaram lá!
 
Tratar como heroi depois que conquista a medalha, é fácil e nojento. Se os nossos jovens fossem tratados como herois olímpicos antes de sê-lo... talvez estivéssemos disputando lado a lado, medalha a medalha, a posição de 1º Lugar Geral Olímpico com os Estados Unidos da América. 
 
Ouvi dizer que ser desportista por lá, tem algum futuro e respeito. Nada mais coerente com as 26 medalhas de Ouro, 22 de Prata e 24 de Bronze que conquistaram - até o presente momento - nas Olimpíadas do Rio. 
 
Desculpem o desabafo.

domingo, 15 de maio de 2016

FANTASMAS


Fantasmas.

            Dobram-se os sinos da velha igreja
            Num canto que testemunha a tristeza,
            As notas são compostas a cada lágrima
            Liberta após não conquistar o que almeja.

            São lágrimas silenciosas de uns
            Que destoam dos gritos dos outros;
            Um funeral, que é igual a nenhum,
            Um sentimento que desprende e fica solto.

            É você! Indo embora novamente.
            Dessa vez, sem mais esperanças de voltar.
            Enquanto eu apago o que antes foi ardente.

            E caso um dia, na rua, eu te encontrar,
            Apressarei o passo, como que ciente
            Que teu fantasma veio me assombrar.

R.C. Felipe Abril/2016

domingo, 17 de janeiro de 2016

SEMENTES DO PORVIR




Saudações Humanos!

Hoje é dia 17 de janeiro de 2016 e sim, admito que este Blog não tem mais uma escala de postagens semanais! :/ Mas tudo bem... tudo caminha no seu próprio tempo, e com este Blog não é diferente! A parte boa é que temos aqui uma nova postagem!! \o/

Amanhã as aulas retornam em várias escolas pelo país, mas não todas ainda. Uma das escolas em que trabalho, começará. Para mim, é sempre um dia especial. Um dia que vou conhecer novas pessoas. Pessoas essas que passarão por mim e que, neste intervalo de tempo, tenho que me dedicar para marcá-las de alguma forma. Positivamente.

Algumas dessas pessoas que conhecerei a partir de amanhã, são crianças. Outras adolescentes. Mas todas, independente da idade, pessoas a quem quero mostrar o significado de ser Professor, espelhando-me sempre nos melhores que eu tive... os que ajudaram na construção do "Sensei".

Como sempre, usarei os ensinamentos da Raposa do Pequeno Príncipe... Pretendo cativar o máximo deles que eu conseguir. Fazê-los entender que, além da História, terão em mim um sorriso para quando precisarem. Não encontrarão apenas isso... encontrarão, ao longo do ano, um olhar severo, sereno, reflexões sobre a Vida, sobre Honestidade, sobre Respeito... Em meio aos faraós egípcios, às divindades gregas, aos medos da Idade Média, aos avanços científicos da Idade Moderna ou ao horror das Guerras Mundiais, minha meta é fazê-los perceber que a História é feita por indivíduos e que eles são indivíduos.

Quero mostrar que a beleza da História está nas relações humanas e que, a falha dessas relações, comprometem muita coisa. Declamar Fernando Pessoa sobre as Grandes Navegações, mostrar o discurso final de Charles Chaplin no "O Grande Ditador", fazê-los escrever uma carta a algum personagem histórico!

Enfim... quero ser o elo entre a História e a Magia que há nela! O "bom dia" alegre da manhã; o abraço da nota alta; o incentivo perante à nota baixa; a cobrança da atividade não feita e o narrador do Pequeno Príncipe com todos sentados em círculo no chão da sala.

Bem vindo, alunos de 2016!
Vocês são mais do que alunos para mim... são as Sementes do Porvir!