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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

UM GRANDE PROBLEMA CHAMADO: MAIORIA


Saudações caros leitores, como vão?

Já pararam para refletir como "Maioria" é algo complicado? Mais do que isso, já pararam para pensar como a ideia de "maioria" depende de cada caso discutido e apresentado? Pois é... estamos diante de um grande problema chamado: MAIORIA!

Talvez o maior problema que envolva a ideia de maioria, é confundir seu significado puro e simples com a ideia dela estar sempre correta. Complica ainda mais quando se atribui um significado ainda maior à palavra, quando a tratamos como sinônimo de "democracia".

Para muitos a ideia de alguém eleito não ter recebido a maior quantidade de votos por pessoa em um país, pode parecer absurda, por exemplo. Entretanto, esquecemos que em um dos países mais democráticos, os Estados Unidos, isso pode acontecer, tendo em vista que por lá não necessariamente vence as eleições quem tiver mais votos por "cabeça", mas vence quem possui o maior número de "delegados", como são chamados os representantes dos Estados. Em 2000, o candidato à presidência dos EUA, George Bush, venceu as eleições tendo tido meio milhão de votos a menos do que o candidato Al Gore, mas teve maior número de representantes dos Estados ao seu lado. (Para entender mais sobre o funcionamento das eleições estadunidenses, clique aqui)

Um velho ditado diz o seguinte: "Se maioria estivesse sempre certa, lambari comeria tubarão!"

É um sábio ditado e que convém para essa postagem. Em um dos casos mais injustos da História, seja este fato considerado verdadeiro ou não para alguns, é o caso da condenação de Jesus e da absolvição de Barrabás. Este último foi apresentado como ladrão e assassino, numa tentativa frustrada de Pôncio Pilatos de salvar a vida de Jesus. O prefeito da província romana da Judeia fez o julgamento de Jesus. Se tivesse ido contra a maioria e decidido pelo que possuía de provas (ou pela ausência delas), Jesus não teria sido crucificado. Mas decidiu perguntar ao povo quem deveria ser solto e quem deveria morrer. A resposta da maioria da população todos nós conhecemos.

Maioria escolhe libertar Barrabás e condenar Jesus.

Ainda para ilustrar o problema que uma maioria pode gerar, segue abaixo uma foto histórica. Nela, muitos nazistas aparecem fazendo a saudação alemã da época (o "Heil"). Todavia, há um homem, identificado como August Landmesser, que simplesmente cruza os braços e não participa daquele momento. Ele é um, perante muitos. Não poderia haver minoria melhor exemplificada, e didaticamente perfeita para servir de exemplo nesta postagem.

O nazismo foi um ideal que matou milhões de pessoas e os poucos alemães que o desafiavam, sofriam penas duras. É um verdadeiro ato de bravura você ir contra a maioria se ela não representa devidamente valores tidos como da humanidade, como o direito à vida!

August Landmesser não fazendo a saudação nazista.

E vamos ao ponto principal dessa postagem!

Ontem, dia 26 de outubro de 2014, a maioria da população brasileira escolheu Dilma Rousseff para mais um mandato na presidência do Brasil. A eleição foi bastante apertada, deixando em segundo lugar o candidato Aécio Neves. Eis que a maioria, uma vez mais, entra como papel principal nessa história.

O que estou expondo neste caso específico da reeleição da presidente não é que a maioria está errada e a minoria está certa, necessariamente. Sim, eu votei contra a candidata e conheço muitos que, por seus motivos justos, votaram na rival. Seria muita prepotência minha dizer que eu estou certo e o outro está errado em algo tão complexo como a política. Mas não é aí que foco minha questão...

O foco está em, mais uma vez, atribuir necessariamente a ideia de "voto" à ideia de "democracia". Pessoas dizem que a democracia está ainda mais fortalecida no Brasil. Eu discordo com veemência, pois não me dou à liberdade (ou nesse caso libertinagem?) de confundir "alhos" com "bugalhos", ou "voto" com "democracia".

Nós vivemos em um país com um sem número pessoas que são alheias à política. Vivemos em uma situação que chega a lembrar a época do Coronelismo, do Voto de Cabresto, dos Currais Eleitorais de outrora que tanto condenamos, mas fechamos os olhos para essas práticas no cotidiano. Na época da República Velha (1889 - 1930), falamos em ausência de democracia, mas hoje, com as mesmas práticas, mas de uma forma mais modernizada, falamos em "democracia fortalecida". É óbvio que não funciona exatamente da mesma maneira de tempos atrás, mas não podemos considerar que, por exemplo, as pessoas saibam votar no nosso país. Aqui vou reiterar que "votar certo" não quer dizer votar nos meus candidatos! Votar certo, para mim, seria perguntar a alguém os motivos que levaram uma pessoa a dar aquele voto ao candidato X, e termos a possibilidade de ouvir uma resposta minimamente satisfatória do ponto de vista político. Quantas pessoas, dos mais de cem milhões de eleitores do Brasil, seriam capazes de dar uma resposta do tipo?

Essa é uma questão inquietante, sem dúvida, mas que muitos a ignorarão pelo simples fato do candidato eleito ter sido o seu próprio. Digamos que o candidato de oposição tivesse vencido. Será que eu estaria fazendo este texto? Acho que não... ao menos não dessa forma. Mas com certeza eu poderia ter escrito algo sobre a quantidade de pessoas no país que não sabem o que é, o que significa, ou como exercer o seu direito dever de votar. Porque isso é algo bastante comum em meus pensamentos e, não é de hoje, que já quis escrever algo a respeito. Bastava uma oportunidade para juntar as palavras.

Em resumo: na minha concepção o país não vive um período realmente democrático (e talvez tenha vivido pouco desde sua fundação), pois boa parte das pessoas continuam sem saber a importância e significado real do voto. Quando esse problema persiste (e é de vontade de praticamente todo governo que ele persista, ao menos no nosso sistema republicano), o que a maioria decide está longe de ser exatamente o correto ou o mais democrático. É simplesmente uma escolha qualquer, mas escolha essa que vai definindo os rumos do país, o que torna tudo isso assustadoramente perigoso.

E enquanto insistirmos na farsa da "democracia fortalecida", a parcela menor da sociedade vai sendo guiada por uma maioria, parte dela inconsequente, outra parte realmente sem oportunidade de entender qual é o verdadeiro significado de "Democracia". 


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

DIA DO PROFESSOR


Saudações, caros leitores!

Muito já foi escrito neste Blog sobre os Professores! Sobre o Ofício e sacerdócio do Ensino! E esta é mais uma postagem sobre o tema, pois ontem foi o Dia dos Professores! :)

Quando mais a sociedade caminha, mais notória é a visão de que os Professores são os únicos capazes de alterar uma realidade negativa como a nossa. Em um país cuja sala de aula não é ambiente atrativo para o aluno, a missão dos que realmente têm compromisso com o Ofício se torna cada vez mais complicada.

Muitas coisas são necessárias para que o processo de ensino-aprendizagem ocorra de uma forma satisfatória. E hoje, é praticamente impossível unir todos os fatores que permitem tal intento. Uma escola comprometida com o Ensino de qualidade, ao invés de ver o aluno apenas como mais um cliente (em escolas particulares), ou número (em escolas públicas); uma coordenação pedagógica que entenda que os problemas de sala de aula não são culpa exclusivamente dos Professores e que o aluno pode não querer aprender ainda que o Professor tenha feito uma aula interativa e dinâmica; os pedagogos entenderem que muitas das ideias difundidas e apresentadas não são compatíveis com a realidade e que o ideal imaginário em suas mentes não são aplicáveis; um Professor comprometido com o exercício de formar um cidadão consciente, produtor de conhecimento, e não meramente reprodutor... que a tônica de sua aula seja ensinar, e não doutrinar; um aluno que esteja minimamente interessado em aprender o que está sendo proposto a ele e, por fim, mas arrisco dizer que é o mais importante: uma família do educando presente! Que esteja a apoiar a escola e o Professor nessa árdua tarefa de contribuir com a educação de seus filhos!

Eu nunca encontrei, em minha ainda curta jornada como Professor, um "aluno-problema" que tenha uma família estruturada e preocupada com seu desempenho. É realmente incrível como os números parecem favoráveis a isso. Uma família estruturada, gera um filho estruturado, consequentemente um aluno estruturado igualmente. Da mesma forma que uma família desestruturada, gera o "aluno-problema" em sala de aula. E olha que a culpa termina não sendo desse aluno, mas é ele quem acaba recebendo os "esporros" por causa disso.

Deveria ser criada uma "Escola de Pais". Aí sim, atacaríamos o real problema da Educação em seu cerne... em sua medula! Pais presentes na vida do filho, faz com que o aluno entenda melhor sua ida à escola e a importância de se estar nela. Até porque o aluno gosta da escola, para ele o que atrapalha são as aulas. Mesmo surgindo "alunos-problemas" nessa situação, teríamos os pais ao nosso lado para batalharmos juntos pela vida do filho deles. Isso mesmo, filho DELES! Pois estão esquecendo disso!

Já não é de hoje que uma modinha "bonitinha" vem chamando os Professores de "Educadores". Com o passar do tempo me tornei contra a expressão, ainda que termine por desempenhar também esse papel! Mas sou contra a expressão, pois assim eu retiro de mim o peso de EDUCAR centenas de jovens. A minha função, de Professor, é ENSINAR! Educar é função de Pai e Mãe. Se acabo educando um ou outro, é porque muitos Professores têm em si a vontade de mudar o mundo (mesmo sabendo que não conseguirá fazê-lo sozinho).

Contudo, a vida corrida que todos levam, com provas e trabalhos para corrigir e elaborar, com dois ou três turnos de trabalho diário, com salários não condizentes com a importância de seus cargos... fica quase impossível acumular ainda mais essa função, a de educar. Reitero, se o fazemos vez por outra, é porque nos sensibilizamos com determinadas situações, e sabemos que se não for a gente, essa vida pode ficar arruinada por muito tempo, quiçá para sempre. Mas essa boa vontade não pode ser confundida com dever! Não é nosso dever fazê-lo. Os Pais precisam entender isso.

No mais, agradeço por ser Professor e por ter alunos tão queridos! Espero contribuir bastante ainda na área da Educação.


domingo, 5 de outubro de 2014

SÓCRATES E AS ELEIÇÕES NO BRASIL


Saudações!

Hoje, 05 de outubro, é dia de Eleições no Brasil. Os cargos disputados são os de Presidente, Governador, Deputados Estadual e Federal e Senador. E como vocês devem saber, nessa época todo mundo se torna um expert político e um grande cidadão politizado.

Recentemente li um comentário sobre Aécio Neves, candidato à presidência pelo PSDB, não tinha um plano de governo definido. Como ele e Marina Silva (candidata à presidência pelo PSB), são as únicas chances de impedir a reeleição da candidata e atual presidente Dilma Rousseff (PT), a situação fica um tanto polarizada.

Vou contar uma historinha que ilustrará um pouco dos motivos de meu voto anti-PT (consequentemente em Aécio Neves).

Certa vez, um homem foi condenado à morte. Mas ele tinha uma chance: se ele negasse o que pensava, poderia sobreviver. Caso contrário, seria obrigado a se matar tomando veneno.

O homem decidiu pensar um pouco então nas opções:

"Se eu permanecer vivo, saberei já de antemão o mal que existe e minha honra não permanecerá intacta. O caminho será tortuoso." 

"Se eu morrer, não sei o que virá o depois da morte. Pode ser bom, pode ser ruim."

Com base da possibilidade de algo bom no desconhecido e no já conhecido mal do que estava em vigor, sabiamente o homem escolheu a morte. Teria mais chances de acontecer algo bom.

Essa pequena historinha ilustra o julgamento de Sócrates, maior filósofo da História e considerado o homem mais sábio de sua época.

Supondo que eu não conheça o plano de governo de Aécio, e já conhecendo o de Dilma, tomarei a mesma decisão de Sócrates: ficarei com a opção da dúvida, pois ela pode, ao menos, me surpreender positivamente. Já a opção que já conheço, o plano político do PT, este não me surpreenderá positivamente de forma alguma.

Espero ter ilustrado bem e de forma didática meu posicionamento em relação a isso.