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domingo, 19 de agosto de 2012

OS GUARDIÕES DO TEMPO

"Este é o relato das investigações efetuadas por Heródoto de Halicarnasso, 
 para que os feitos dos homens não se percam com o tempo e nem as grandes e admiráveis 
obras dos helenos e dos bárbaros fiquem sem glória."

O Historiador tem um papel fundamental. Segundo Peter Burke, historiador inglês, a função do historiador é "lembrar a sociedade aquilo que ela quer esquecer." É claro que a função do estudioso da ciência História não se resume a essas palavras.

Consideramos Heródoto de Halicarnasso (hoje Bodrum, Turquia) o Pai da História, por ter sido ele o primeiro a compilar fatos e acontecimentos antigos para que não se perdessem no tempo, em forma de pesquisa. Heródoto viveu no século V (480? - 420 a.C.) e teve a preocupação de pesquisar (historie - ''pesquisa'', mas hoje tomou o sentido de "história") os acontecimentos com um questionamento filosófico que poderia também revelar conhecimentos do comportamento humano, diferentemente das crônicas e épicos que já existiam em sua época, que não tinham tal preocupação. Muitas vezes Heródoto também é considerado o pioneiro na etnografia e antropologia. Houve também grande contribuição de sua parte aos estudos geográficos. Atualmente na França a revista de geografia geopolítica de maior tiragem no país, fundada pelo geógrafo Yves Lacoste, recebe o seu nome.

Segundo contam, Heródoto viveu exilado em Samos durante a juventude. Nasceu em Halicarnasso, Ásia Menor, nos limites do Império Persa e era de família ilustre. Seu exílio deveu-se à sua participação em um levante contra o tirano Lígdamis. Viajou bastante, passando pelo Egito, Fenícia, Mesopotâmia, na regiçao dos Citas,  perto do Mar Negro, em Cirene, no norte da África e na Grécia Continental. Acredita-se que viveu algum tempo em Atenas.

Duas são suas obras. Uma delas contava a uma história da Assíria, mas não sobreviveu aos nossos dias. Sua grande obra é chamada Histórias, que chegou até nós quase completa. Escrita em dialeto iônico, o Pai da História relata os conflitos entre gregos e persas desde 550 a.C. até as guerras Greco-Pérsicas, também chamadas de Médicas, bem como seus antecedentes e circunstâncias. Ainda nessa obra, Heródoto investigou pessoalmente os acontecimentos que o interessavam. O autor se utilizou desde fontes escritas como livros e arquivos oficiais de algumas cidades gregas, mas também fez uso do que chamamos hoje de História Oral, compilando tradições e relatos de pessoas que testemunharam ou conheceram testemunhas dos acontecimentos. Ele escolhia sempre a versão menos fantasiosa da história e escrevia de forma bastante racional, apesar de sua forma um tanto parcial. Mas este é um assunto que dá muito pano pra manga.

Atualmente, encontrar um historiador "imparcial", não é possível. Todos têm suas preferências de pesquisas e beberam de fontes que também possuem suas seleções. Entretanto, deveríamos, cada vez mais, tentar amenizar essa parcialidade, principalmente para quem trabalha como Professor. Sou defensor ferrenho da ideia de que a História sempre tem dois lados (na verdade, muitos mais), e que o aluno deve ter a oportunidade de conhecer mais de uma versão do fato acontecido, para não cairmos na terrível doutrinação, que não cria ou estimula pensadores, e sim, reprodutores de ideias.

Interessante saber que Heródoto não podia fugir completamente de sua época, então em suas pesquisas também dava importância aos Oráculos, prodígios e outras evidências de intervenções diretas dos deuses na vida humana.

Portanto hoje, dia 19 de agosto, desejo um Feliz Dia do Historiador para meus Professores de História (os que levam a sério a profissão) e para tantos amigos que tive a oportunidade de reconhecer pela minha, ainda tímida, caminhada.

Fonte de algumas informações:
http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0345


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