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sábado, 7 de dezembro de 2013

PEDIDO DE SOCORRO - FUNDAÇÃO VINGT-UN ROSADO


Em visita esta semana à cidade de Mossoró, interior do RN, eu a a equipe que faço parte, a Fundação Vingt-Un Rosado, que abriga parte da belíssima Coleção (literária) Mossoroense. Nos deparamos com um local cheio de caixas de livros embalados e soubemos que, por falta de apoio, a Fundação estava se mudando para um local muito menor do que comportaria sua coleção. Conversamos com Caio César, um dos responsáveis pelo local, e ouvimos uma história triste de descaso para com a cultura da cidade, do Estado e mesmo do País!

Aqui vai um texto do Dr. Walner Barros Spencer, Historiador, Arqueólogo e Antropólogo sobre a situação que encontramos ao visitar a Fundação. Confiram, compartilhem e reflitam!
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A ANTES CULTA CIDADE DE MOSSORÓ ESTÁ EMPOBRECENDO!

PEDIMOS SOCORRO POR ELA!

Esta semana estive em Mossoró, cidade que sempre foi um dos sustentáculos da cultura do Rio Grande do Norte, quica o mais importante. O mais representativo e o mais simbólico, sem dúvida.

Seu mais belo e persistente elemento está representado na corajosa e resistente COLEÇÃO MOSSOROENSE, idealizada e criada pela figura ímpar de VINGT-UN ROSADO.

A COLEÇÃO MOSSOROENSE é o repositório das coisas do Nordeste Brasileiro e do Rio Grande do Norte, em particular. Manancial onde pode-se abeberar-se da sua cultura, de seus costumes, de suas ciências de seus folguedos e cantares, de suas tragédias e tristezas, de suas esperanças e de suas desilusões. Encontraram abrigo sob seu teto protetor obras clássicas de história, geologia, etnografia, paleontologia, petrografia, fartas e bem documentadas, graficamente bem feitas - sinal dos bons tempos editorias -, bem ao lado de cartas sertanejas, memórias e contares de retirantes; da inclemência das secas através dos séculos, dos ensinamentos agrícolas para vencer a rudeza do chão, do incentivo à busca de petróleo e do aproveitamento mineral; da ocupação pré-histórica do território até às guerras indígenas, do folclore às estrepolias dos cangaceiros, enfim, a totalidade de assuntos e temas sobre esta mole de terra brasileira. Muito do que sei sobre o Rio Grande e sobre o Nordeste aprendi ao ler as suas inúmeras e variadas publicações. Meu amor entranhado por esta terra eu devo - sem sombra de nenhuma dúvida - ao conhecimento dela através de suas obras editadas ou reproduzidas em fac-símiles.

A COLEÇÃO MOSSOROENSE tem sobrevivido a tudo, amparada pela intelectualidade das últimas gerações letradas de Mossoró e do Estado, e principalmente pela luta constante e diuturna de VINGT-UN ROSADO, incansável e impérvido batalhador cultural.

Pois esta luta hercúlea está sendo perdida, por incrível que possa parecer. Após o passamento de VINGT-UN, finou-se o interesse da sociedade mossoroense em relação a este monumento cultural único no Brasil. 

Mesmo tendo havido uma tentativa de sua manutenção por seus antigos colaboradores, seu parque gráfico - de tantas glórias - foi desativado. A FUNDAÇÃO que a mantêm não recebe mais subsídios. Sem verba para honrar o menor compromisso vai mudar-se de onde se encontra para um prédio de poucas peças onde não caberá o acervo que possui. Não há dinheiro para pagar o aluguel. Este, portanto, será distribuído ao "DEUS DARÁ", pois nesses tempos de pragmatismo inglório, de materialismo grosseiro e inconsequente, em que se acha que se faz um país "alimentando" pessoas de ilusões, engodos e mentiras, sem perceber que se está na realidade criando uma geração vindoura pior, pois inculta e sem amor por aquilo que perdura através dos tempos: a CULTURA.

Afinal, como consta de moto da SOCIEDADE NORTE-RIO-GRANDENSE DE ARQUEOLOGIA E MEIO AMBIENTE - SONARQ, da qual tenho a honra de estar presidente - NINGUÉM AMA AQUILO QUE NÃO CONHECE, mesmo estando gordo e sadio, e com mãos sem calos.

Ninguém se voluntariou para salvar esta verdadeira estação completa de cultura nordestina. Nenhuma instituição que tenha apego e responsabilidade com as pessoas e a sociedade, nem mesmo a MAÇONARIA, antigamente tão pronta em prestar auxílio nesses casos, tornando-se sua madrinha e protetora.

Muito menos a esperar, então, do mundo político. A família ROSADO domina a política estadual há muito tempo: governador do Estado, ROSALBA; Deputado Federal, BETNHO; Secretária de Cultura, ISAURA, todos ROSADOSW e de Mossoró; mais o senador AGRIPINO MAIA e seu filho Deputado, todos ligados por laços familiares, alguns até sobrinhos de VINGT-UN, e mais ainda o Ministro GARIBALDI ALVES e o Deputado HENRIQUE ALVES, Presidente da Câmara Federal, e ninguém deles que se disponha a impedir que este portento da cultura norte-rio-grandense se esvaia e pereça de maneira tão triste.

Cultura, é notório, não dá votos, mas, por outro lado, ninguém que se torne uma autoridade pública por escolha da população tem como função primordial fazer da caça de votos o seu principal empreendimento.

Pobre povo comandado por gente incompetente, egoísta e prepotente.

SALVEM A COLEÇÃO MOSSOROENTSE DO ABISMO DA DESRTRUIÇÃO E DO OBLÍVIO CULTURAL. 

BENS MATERIAIS COMO PETRÓLEO SE RECUPERAM, DIFERENTEMENTE DOS ASPECTOS CULTURAIS DA VIDA, QUE SERVEM DE FONTES DE PRINCÍPIOS SÃOS E DE RESPONSABILIDADE PARA COM OS OUTROS.

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