Translate This Blog To Your Language!

Gostou? Então curte aí no FaceBook!

domingo, 27 de dezembro de 2009

SONHOS . . .


À Glêdys Felipe Carvalho.

O poder de imaginar é o que diferencia a humanidade das outras espécies de seres viventes. Junto com o “imaginar”, de mãos dadas, tem-se o “sonhar”. Todos podem ter sonhos, e todos deveriam fazer o que fosse necessário para realizá-los. Estamos diante de uma jovem sonhadora que tem um sonho, dos tantos outros que virão, agora realizado! Estamos diante de uma jovem persistente, corajosa, determinada, humilde, bem humorada e, mais do que nunca, feliz. Felicidade essa que está diretamente ligada à felicidade das outras pessoas. Eis o verdadeiro altruísmo.

Gosto da ligação que há entre o sacerdócio da Medicina e do Ensino. Há professores que são médicos; há médicos que são professores; há pacientes que ensinam aos médicos; há alunos que ensinam aos professores; há médicos que formam professores e há professores que formam médicos... Relação altamente interligada. Ambos são a esperança para muitas pessoas. Ambos possuem o poder de mudar o mundo. Um mundo que precisa ser primeiramente curado, depois reeducado. Mas nada disso será possível sem a capacidade de imaginar um planeta diferente. Pensar um mundo mais digno. Sonhar e realizar!

Martin Luther King certa vez disse: “Há pessoas que vêem o mundo como está e se perguntam ‘Por quê?’. Eu vejo o mundo como poderia ser e me pergunto ‘Por quê não?’” Ele teve um sonho! Gandhi teve um sonho! Buda teve um sonho! Jesus teve um sonho! Os maiores sempre sonharam. Não há vergonha em sonhar. O vergonhoso é viver uma vida sem sonhos. Na verdade, nem importa se os sonhos serão ou não realizados, pois o que vale é o caminho, a trajetória, não o ponto de chegada.

O Canudo que você recebeu, a assinatura final que lhe permite o exercício da Medicina é importante, mas você sabe que não é o principal, está longe de ser o essencial. O sorriso das pessoas que você tratou e tratará, o abraço dos amigos de classe numa manhã triste, o diagnóstico otimista de um paciente preocupado e mesmo as lágrimas derramadas por aqueles que não suportaram até o final, tudo isso junto, será o complemento de capítulos do livro de sua vida. As lágrimas derramadas sim! É um pouco senso comum a caricaturização dos médicos de não se envolverem emocionalmente com os seus pacientes. Não sou médico, sou professor. Pergunto-me como seria minha relação com meus alunos se não me envolvesse emocionalmente com eles. Em um mundo deficiente de emoções, privar àqueles que mais precisam dela é absurdo. Tratar pacientes pelo nome, não pelo número da prancheta; perguntar como foi o dia, a semana; do que gosta mais de comer; de que estilo de música gosta, pode fazer a diferença. Confiança e respeito devem ser sempre considerados.
Sabe que quando eu era criança peguei uma aversão aos médicos. Não gosto. Ensinaram-me que hospital é lugar de doente e morte. Que criança gostaria de ir a um lugar desses? Levei esse “desgosto” por médicos até agora. Ajudar as pessoas não estava no topo das características de um médico que eu imaginava. Talvez fazer sofrer, por dar injeções, tirar sangue, dar pontos na pele... Mas sabe por que eu pensava isso? Não havia nenhum médico que me cativara.

- “Que quer dizer ‘cativar’?”, perguntou o Pequeno Príncipe.
- “É algo que há muito foi esquecido,” disse a raposa. “Significa criar laços...”
- “Criar laços?”
- “Isso mesmo”, disse a raposa. “Para mim, você ainda é apenas um garotinho como centenas de milhares de outros garotinhos. E eu não preciso de você. E nem você precisa de mim. Para você, eu sou apenas uma raposa como uma centena de milhares de outras raposas. Mas se você me cativar, nós precisaremos um do outro. Para mim você será único. E eu deverei ser única para você.”
- “Estou começando a entender”, disse o Pequeno Príncipe. “Existe uma flor... Eu acho que ela me cativou...”
- “É possível,” disse a raposa. “A gente vê tanta coisa na Terra...”

(...)

-“Você vê os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo não tem nenhuma serventia para mim. Aqueles campos de trigo não me lembram nada. E eu até os acho triste. Mas você tem os cabelos da cor do ouro. Então será maravilhoso quando você tiver me cativado! O trigo, que também é dourado, irá me lembrar de você. E eu também amarei o som do vento no trigo...”

Pois bem, você nos cativou há tempos. E agora, quando eu vir um médico, não será como antes. O verei como anjo que fará o possível para salvar uma vida. O verei responsável e bem humorado. O verei determinado. O verei humilde. O verei persistente. O verei corajoso. Tudo isso porque olharei para qualquer um deles e verei você. Fui cativado e espero que se lembre sempre do ensinamento da sábia raposa: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas!” Por fim, desejo-te o mais precioso bem que o homem pode receber, e que em sua nova fase da vida, ela se faça presente ainda mais forte: desejo-te SABEDORIA! Que você honre a Egrégora dos melhores. Que você saia desse espetáculo de sonhos com a consciência de que deixou um mundo melhor e que fez a diferença no mundo. Faça deste mundo o seu mais necessitado paciente, assim quem sabe, um dia possamos curá-lo. Este também é o meu maior sonho!



Um comentário:

  1. Obrigada, primo! Não poderia receber homenagem mais linda... SIMPLESMENTE PERFEITA!!!
    AMO AMO AMO!!!

    ResponderExcluir