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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

LIBERDADE DE EXPRESSÃO - OU SE TEM, OU NÃO SE TEM


 Dentre os assuntos mais comentados da semana, o afastamento do humorista Rafinha Bastos da bancada de apresentação do CQC - Custe o Que Custar, da rede Bandeirantes de Televisão na última segunda feira, merece atenção. Não necessariamente por se tratar de um famoso apresentador e humorista, mas principalmente por levantar um antigo debate: a LIBERDADE DE EXPRESSÃO.

Tudo começou quando o apresentador Rafinha, após uma reportagem do CQC em que estava presente a cantora Wanessa Camargo (grávida de cinco meses), soltou um comentário grosseiro logo depois do líder do programa, o veterano Marcelo Tas, afirmar que ela estava bonita:

"Comeria ela e o bebê. Não tô nem aí!" - foi o comentário do humorista.

Infeliz? Com absoluta certeza! Afastar o Rafinha Bastos da bancada do CQC? Aí é onde mora o perigo.
É claro que eu não gostaria de ouvir uma piada deste tipo com a minha filha, ou neta... E para isso disponho de meios legais para me defender. Lembra daquela antiga máxima: "Quem fala o que quer, ouve o que não quer!"? Então... As pessoas que se sentiram prejudicadas têm todo o direito de processá-lo ou agir como achar conveniente. Mas será que o afastamento do apresentador é a solução? Afinal, há ou não há liberdade de expressão no país?

As piadas não cessaram por aí...
No programa do dia 03 deste mês, Mônica Iozzi foi a integrante do CQC que substituiu o humorista afastado. Ela começou o programa dizendo que o Rafinha estava com cãibras na língua. Quem achou que o Rafinha entenderia o afastamento como uma punição razoável; quem achou que ele iria usar o momento para a reflexão... se enganou. No horário do programa ao vivo, o humorista soltou em seu Twitter (@rafinhabastos) a frase: "que noite triste pra mim", acompanhada de três fotos. Nas fotos Rafinha está com lindas modelos aproveitando a "noite de folga" do programa. Em uma das imagens, inclusive, se pode ver por detrás deles uma tv ligada ao vivo no programa do qual ele foi afastado. Segue as imagens:
 
 

 
 

Fato é que a polêmica parece que não vai acabar tão cedo. As provocações não pararam por aí. Rafinha já lançou na rede dois vídeos e deu uma entrevista para a IG. Entretanto, os vídeos tratam de referências sobre o ocorrido de forma indireta e bem humorada. Quanto à entrevista, o humorista responde a todas as perguntas dando uma receita de bolo. Segue os vídeos:

Rafinha Bastos na Churrascaria:
 
Rafinha Bastos Faz Falta:


No Twitter, o humorista Danilo Gentilli, que integra a equipe do CQC e tem seu próprio programa "Agora é Tarde", defendeu o colega de trabalho e tuitou, sem citar nomes: "Sempre enxerguei algo mais significativo sendo construído por um comediante linchado por falar merda do que por um queridinho por puxar sacos". Algumas horas depois, o comentário foi apagado pelo autor.

A discussão sobre o que pode ou não pode ser dito nas piadas não é de hoje. Mais de vinte anos atrás, o programa Tv Pirata no quadro "Piada em Debate", brinca com os grupos que são contra certos tipos de piadas. Confira:

Tv Pirata - Piada em Debate:


 Esta postagem tem por objetivo levar o leitor à reflexão. Será que existe liberdade de expressão no Brasil? Afinal, o que seria liberdade de expressão? Vou dar a minha opinião de forma simples e prática: Achei a piada uma grosseria, e poderia ser evitada. Mas acho o afastamento do Rafinha Bastos um exagero por parte da emissora. A Marta Suplicy brinca com coisa séria quando diz "relaxa e goza"; o Lula na posição de presidente do Brasil diz que a cidade de Pelotas é um pólo exportador de viados; as novelas passam baixaria por cima de baixaria em horários que não deviam; o Bóris Casoy fala mal dos garis; Ora bolas, pegar o Rafinha pra Cristo é fácil.

Deixarei um vídeo para ajudar na reflexão. O vídeo mostra uma resposta de Philip Pullman (autor de best sellers como A Bússola de Ouro) quando um jornalista comenta que o título do seu novo livro é ofensivo (o livro em questão é "O Bom Homem Jesus e o Salafrário Cristo"):


Vote também na enquete do Blog, no canto superior direito desta página:
"Você é a favor do afastamento de Rafinha Bastos do CQC?"
 
 

11 comentários:

  1. Excelente texto, Rodrigo. Parabéns!

    Vamos ver até que pont chegaremos sobre a liberdade de expressão.
    Abs

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  2. Infelizmente a tv brasileira está pontilhada de programas de baixaria e esse CQC para mim é de péssimo mal gosto. Eu procuro assistir programas que acrescentem algo para mim e não festival de baixaria que só fazem denegrir a dignidade humana. Pra mim, castigo maior era a emissora obrigar ao safado se desculpar no próprio programa.
    Isso mostra o quanto o Brasil ainda está imerso no patriarcalismo, no qual vê as mulheres (dos outros) apenas como objetos sexuais.

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  3. caraca,sinceramente nao sei onde o brasil vai parar, serio mesmo se foce minha mulher eu nao pensaria duas vezes pra meter a mão na fussa desse cara.se isso é liberdade de expressao... nunca gostei desses programas tanto o CQC como o panico na tv, que pra mim sao programas apelativos pra se obter risadas e ibop,com mulheres semi nuas e comentarios como o em questao.

    e sim parabens, adorei a materia,se o sensei um dia nao quiser ser mais professor pode com certeza ter um emprego de reporter.

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  4. pois bem acabei de saber do ocorrido agora a pouco acho que a punição foi pesada demais se acontecesse comigo eu iria apenas exigir uma retratação se ele não aceitasse se desculpa então levaria o caso a justiça.

    (MAIS UMA VEZ SENSEI COM ÓTIMAS MATÉRIAS)

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  5. O problema do Rafael, apesar das suas piadas sem graça e sem noção, foi brincar com mulher de milionário. Pq esse tipo de humor sem escrúpulos tem virado regra. Liberdade de expressão é um direto quando não fero o direito dos outro, ou você acha que nazistas tem direito de expressar seus preceitos?

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  6. Caros Débora, Cognoscente, Micael e Matheu,

    obrigado pelos comentários e opiniões.

    ____
    Caro Anônimo,
    a comparação é um tanto forçada. E acho que se os comunistas podem expressar sua ideologia que matou muito mais do que o Nazismo, creio que qualquer um tenha o direito, sabendo que pode ser processado por quem se sentir ofendido. Mas repito, sua comparação é extremamente forçada.

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  7. Socialismo não é igual a comunismo, comunismo não é igual a stalinismo, você como professor de história preucupado com os conceitos deveria saber disso. Então você acha que os nazistas ou outros grupos intolerrantes tem direitos a expressar seus preconceitos?

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  8. Caro Anônimo,

    Sei bem dos conceitos que rondam esses temas e sei também que o Comunismo não fez bem a ningém, a não ser no campo das ideias. O nazismo é uma ideologia que pode ser expressada, na minha opinião... é ridícula, sim! Mas se alguém se denomina nazista, não quero a prisão dele por causa disso. Entretanto, se ele decide praticá-la e ferir os direitos dos outros, ele pode e deve sofrer as penas necessárias e previstas por Lei. Vai dizer que um homem que não gosta de relações homossexuais é obrigado a dizer: "Eu não tenho preconceito!". Claro que não. Inclusive ele pode declarar abertamente: "SOU HOMOFÓBICO". Homofobia é quem não gosta do mesmo sexo. Isso não implica dizer que ele precisa desrespeitar o outro. O mundo politicamente correto é o que está ajudando a estragar ainda mais a humanidade!

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  9. Email, pauloluiz41@hotmail.com


    Liberdade.

    A liberdade total não existe. Quando vivemos em uma comunidade, ou quando vivemos maritalmente com alguém, nossa liberdade termina quando inicia a liberdade dos demais. Sendo assim se quisermos ter uma liberdade plena, teremos que viver isolado em uma caverna no meio do mato.

    É possível ser livre na sociedade em que vivemos?

    Não, porque vivemos em comunidade que tem leis a serem cumpridas, onde há leis determinando o que fazer e não fazer, a liberdade não existe na sua plenitude.

    Você se considera uma pessoa livre?

    Totalmente livre não, nem seria muito interessante ter liberdade total, pois isso poderia causar distúrbio na nossa maneira de viver. Um pouco de falta de liberdade em algumas situações é para nós como um freio regulador.

    Paulo Luiz Mendonça.

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  10. Caro Paulo,

    é para isso que existe a lei! As pessoas têm o direito de falar o que quiser, entretanto, outras pessoas podem se sentir ofendidas e percorrer meios legais para se defender.

    Um abraço.

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