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domingo, 7 de abril de 2013

DESCATIVAR

Saudações!

Nesses dias escrevi um texto que é um pouco triste, melancólico... Mas verdadeiro. Foi muito mais uma hiperbolização de um sentimento do que uma realidade propriamente dita. E essa é a postagem dessa semana.

Descativar.


Só se vê bem com o coração.”
“O essencial é invisível aos olhos.”
Foi o que certa vez disse uma raposa,
Que não era igual a cem mil outras raposas.
Esta ensinava...

É certo que coisas nos cativam,
Mas pessoas são bichos interessantes.
Não só aprendem a cativar, mas
Também, vez por outra, descativam.

Esta talvez tenha sido a parte que faltou
Na conversa da raposa com o Principezinho.
Será que, por uma boa causa, Exupéry me deixaria
Recriar tal diálogo? Eis a vantagem do Poeta...
Peço licença.
- Que quer dizer descativar?
Perguntou a Raposa, que já conhecia muitas coisas dos seres humanos, mas isso parecia novo.
- Descativar é romper laços. – Disse o Pequeno Príncipe.
- Romper? Assim tão fácil? – Perguntou curiosa a Raposa, diferente de cem mil outras.
- Não! Não é assim tão fácil.
- E como faço para descativar?
- Bom, primeiro você começa a não aparecer mais todos os dias.
- Sem dizer as horas? – Indagou assustada a Raposa, como que estivesse a ouvir uma história de horror.
- Sim! Assim, nunca sabes a que momento poderás ser feliz.
- E isso não dói?
- É claro! – Disse o Príncipe amargurado. – Mas não dói muito. Não é como se tivesse tido um encontro com a Cobra. É algo mais devagar.
- Hum... continue, continue.
- Depois disso, começas a encontrar novas pessoas e a passar mais tempo com elas. Começa a cativá-las!
- Eu gosto dessa parte! Gosto de cativar. – Comentou a Raposa.
- É, mas é uma missão difícil cativar e dar atenção a todos. As pessoas costumam se embananar. Terminam esquecendo da responsabilidade! – Falou o pequenino um tanto triste.
- Elas não são mais responsáveis umas com as outras?
- Talvez não eternamente. – Explicou o principezinho, que deitou na relva e chorou.

Admito que tal diálogo não precisaria existir
Em obra tão pura. Mas nem por isso, ele deixa
De ser uma verdade.

Uma Raposa diferente de cem mil outras raposas.
Um garotinho diferente de cem mil outros garotinhos.
E, de repente, os dois novamente se perdem na multidão.

----xxx----
As últimas três linhas consertaram o texto. Não estava bom. Mas hoje sou grato por ter escrito. Três linhas apenas... e elas foram bem acertadas.

Boa semana a todos!

Um comentário:

  1. Imagina um monte de número dois. Um do lado do outro. Daí, um dos números dois resolve virar. Então, ele bate de cara com o outro número dois que tinha atrás dele e não estão mais só na multidão de números dois andando iguais.

    É o que eu consigo imaginar quando leio essa parte do Pequeno Prícipe.

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