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domingo, 30 de junho de 2013

ATÉ QUANDO?


Saudações, compatriotas... saudações!

Sei que esta postagem já deveria ter saído devido aos últimos acontecimentos no Brasil, mas aqui está ela! Tomarei a liberdade de fazer alguns comentários a respeito da nossa situação. Algo bem simples e opinião pessoal mesmo, visto que este é justamente isso: um Blog pessoal. Um cantinho onde eu posso compartilhar meus pensamentos.

No último mês de maio, revoltas contra o aumento das passagens de ônibus começaram a surgir em várias cidades do Brasil. Algo que, até então, eram apenas a junção de pessoas insatisfeitas com a qualidade dos transportes coletivos e com o aumento considerado abusivo dos preços das passagens. A sociedade se dividiu um pouco sobre a opinião desses protestos: uma parte o apoiava. Achava justo a luta pelas melhorias. Outra parte não apoiavam A FORMA como os protestos estavam sendo feitos, pois fechavam importantes avenidas atrapalhando o direito de ir e vir de outros. Para essa parcela, era uma luta por direitos que terminava por abusar de outros. Minha opinião? Eu achava os protestos válidos, mas não da forma como estava sendo feitos. Não tirando o direito à locomoção das outras pessoas. Achei que os protestos poderiam ser feitos de outras formas, como, por exemplo, próximo aos órgãos responsáveis por aquela situação.

Os manifestantes começaram a ser hostilizados pela mídia tal qual os protestos pelo país. Não que só tivesse vândalos, claro que não, mas em uma multidão, sempre aparecerão oportunistas. Pessoas de má fé. Isso não quer dizer que não seja um problema, que fique claro.

Eis que surge o dia  17 de junho de 2013. Nesse dia, lembro de ter comentado com uma das minhas turmas de 2ª Série a minha opinião sobre as manifestações que estavam ocorrendo por várias cidades (das quais Natal foi pioneira, fato lembrado, inclusive, pelo The New York Times). Minha opinião era e é a mesma: aquelas pessoas até o momento do meu discurso lutavam por causa dos R$0,20. Dizer que os vinte centavos tinha sido a gota d'água foi um tiro no escuro que deu certo. Digo que era por causa dos vinte centavos, pois se os governos abaixassem a tarifa do ônibus, todos voltariam para suas casas felizes e sorridentes com o sentimento de dever cumprido. E SÓ!

Mas cada vez mais os protestos iam crescendo, cada vez menos se via bandeiras partidárias (mostrando que as reclamações estavam começando a se tornar mais consistentes), cada vez mais viam-se cartazes pela saúde, educação e contra medidas dos parlamentares por todo o Brasil... É meus amigos... de um dia para o outro, as manifestações tomaram proporções inimagináveis para a realidade do Brasil atual. Naquela mesma segunda de meu discurso (cuja opinião mantenho, pois a coisa mudou a partir daquele dia - e eu não teria nenhum problema em mudar de opinião se fosse o caso), eu vi uma imagem do protesto em Brasília. Milhares de manifestantes tomaram o lado de fora do Congresso Nacional! Este foi um marco, foi um símbolo... a partir daí o movimento saiu da ideia dos R$0,20 e incorporou toda a insatisfação de milhões de brasileiros... Agora sim! "Não é só pelos vinte centavos!"



Voltando um pouco no tempo... em 2001 eu cursava a 1ª Série do Ensino Médio, tinha 15 anos e estudava no CDF Colégio e Curso, unidade da Deodoro. Lembro-me que ouvimos, num certo dia, alguns rumores sobre algo que havia acontecido nos Estados Unidos. Não tínhamos grande informações, pois naquela época (tão próxima e tão distante), numa sala com 45 alunos, apenas uns 10 tinham celular, e seus celulares não acessavam a internet... Redes Sociais? O máximo que se tinha era um mIRC, icq ou MSN. As informações não eram tão rápidas quanto hoje. Ao sair da escola e entrar no carro, meu pai comentou sobre aviões terem atingido prédios lá nos EUA. Era o dia 11 de setembro de 2001. Ao chegar em casa e ver aquelas cenas na televisão, senti algo estranho. Foi a primeira vez que tive consciência que algo que eu vivenciava estaria nos livros de História. E de fato, hoje como Professor de História, sei que estava certo.

Mas o que os atentados ao World Trade Center têm a ver com os protestos no Brasil? Bem... posso dizer que ao ver a imagem do lado de fora do Congresso Nacional tomado por pessoas que reivindicavam um Brasil melhor, senti a mesma sensação de quase doze anos atrás... Ao ver aqueles vídeos ao vivo, sabia que aquele momento estaria nos livros de História! E estarão!

De fato, a população começou a se organizar e a sair nas ruas de forma atípica para o brasileiro. Não se via manifestações desse naipe desde, arrisco dizer, o impeachment de Collor (por mais que eu não acredite que foram os "caras pintadas" que tiraram Collor do poder). As reuniões em várias cidades começaram a juntar 30, 50, 100, 300 mil pessoas. E foi a partir desse momento que a mídia mudou o seu discurso. Falavam em vândalos, noticiavam apenas depredações, e agora anunciavam aos quatro cantos, de uma forma ridiculamente repetitiva, que a MINORIA estava produzindo atos de vandalismo, e que o movimento era legítimo e democrático. Reitero que não existe problema em mudar de opinião... não se essa mudança é genuína. Não parece ser o caso das mídias, pois nos protestos anteriores também eram as minorias que praticavam atos de vandalismo e quebra-quebra. Agora, tentando ficar "do lado" dos manifestantes, as redes de televisão passaram a apoiar a causa. Exigia-se muita coisa agora e um alvo se tornou fácil: A COPA (do Mundo e das Confederações).

Mudança de discurso da mídia.

Muitas pessoas acreditam na ideia de sincronismo... de empatia. Talvez isso esteja acontecendo no momento aqui no país. Talvez... Só o tempo poderá confirmar. As manifestações poderiam ter ocorrido a qualquer momento, pois "gota d'água" é que não faltou para isso. Os protestos começaram a tomar proporções gigantes bem no momento em que o Brasil passa pela Copa das Confederações (uma espécie de ensaio para a Copa do Mundo de Futebol). Ou seja, toda a imprensa mundial está ligada no Brasil. As manifestações, então, ganharam os jornais de todo o mundo. Na América, Europa, África, Ásia e Oceania, os jornais mostravam um pouco da insatisfação dos brasileiros em relação ... a TUDO. Vários brasileiros radicados noutros países começaram, também, a mandar seus protestos, sejam por vídeos no YouTube, sejam por pequenas passeatas e cartazes diretamente das cidades em que moram. Algumas imagens seguem abaixo (só algumas, pois não teria espaço neste blog para postar tantas imagens de cidades pelo mundo onde brasileiros apoiaram os que cá estão. Fotos retiradas do site Globo.com)

 Atenas (Grécia)

 Berlim (Alemanha)

 Florença (Itália)

 Glasgow (Escócia)

 Haia (Holanda)

 Kingston (Canadá)

 La Coruña (Espanha)

 Londres (Inglaterra)

 Milão (Itália)

 Munique (Alemanha)

 Paris (França)

Sidney (Austrália)

E aqui, dois dos principais vídeos gravados por brasileiros
explicando ao mundo o que está acontecendo no Brasil.







Ou seja, o Brasil realmente ficou em destaque em todo o mundo. Expressões como "O Gigante Acordou", "Primavera Brasileira", começaram a bombardear os trending topics do Twitter e cada vez mais, em incontáveis cidades do país, as manifestações se tornaram grandes e frequentes. Agora exige-se tudo! Cada qual que utilizasse sua criatividade para fazer cartazes chamativos!

A presidente Dilma Rousseff sofreu na pele a gravidade da situação ao ter sido vaiada na abertura da Copa das Confederações e, mais recentemente, confirmar sua ausência na final do torneio (que acontece hoje no Maracanã). As primeiras vitórias começaram a surgir. Depois de muita resistência, as cidades que aumentaram o preço das passagens, ou a maioria delas, voltaram atrás em seus aumentos. Segundo especialistas, demoraram demais a fazê-lo, contribuindo assim, para a continuidade dos protestos. Mesmo assim, a vitória foi sentida. Mas não parou por aí. Na surdina, a PEC 37 (motivo de muita reclamação dos brasileiros) foi rapidamente votada e rejeitada pelos parlamentares, que numa imagem que causa ânsia, pareciam felizes por "representarem a vontade dos brasileiros". Outra vitória foi a prisão do deputado de RO Natan Donadan, condenado a mais de 13 anos de prisão pelo STF por peculato e formação de quadrilha. Outras vitórias ocorreram pelo país, mas a população não está satisfeita.

Os protestos, mesmo depois de duas semanas, ainda acontecem, mas estão um pouco mais raros. Outros ainda estão sendo programados. E o medo agora é dos próximos passos. Grupos debatem pelas redes sociais a proposta de plebiscito do governo e o referendo, defendido pela suposta oposição. Para muitos, o plebiscito é a preparação de uma espécie de golpe, pois a população decidirá se a reforma política vai sair. Respondendo que "SIM", os parlamentares terão democraticamente o aval para fazer a reforma como entenderem. Já a ideia de referendo submeteria a reforma política feita para avaliação popular (o que, na minha opinião, é muito mais interessante).

É difícil, no momento, saber quais são os próximos acontecimentos. Por isso essa postagem se encerra aqui. Mas quem sabe não volto a escrever após um mês ou menos (ou mais)? Vamos apenas torcer e agir para que tudo aconteça da melhor forma possível para o Brasil.
Em meio a tanta coisa acontecendo, ainda que não
concorde com 100% do que é dito, não consigo imaginar trilha sonora melhor
doque a do Gabriel, O Pensador: Até Quando?

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